terça-feira, 22 de abril de 2014

Ponto de ordem nos trabalhos

 

Eu sou um defensor da democracia, mas não desta democracia representativa que temos, mas antes de uma democracia participativa (que não é a mesma coisa que “democracia directa” à moda da Grécia Antiga).

A desculpa segundo a qual  “o povo português é burro” e, por isso, não merece uma democracia participativa, é comummente utilizada pela classe política portuguesa — umas vezes de forma explícita e outras vezes implicitamente; mas este argumento é partilhado por todos os partidos políticos portugueses, sem excepção.

Sou a favor da democracia participativa porque não acredito na Vinda do Encoberto em uma manhã de nevoeiro. Entre uma ditadura da maioria através do voto, por um lado, e por outro lado uma ditadura da minoria através de um tirano, prefiro a primeira (do mal, o menos!).

Em uma democracia participativa, mesmo que os nossos pontos de vista sejam minoritários, somos livres de argumentar na praça pública. Ademais, em uma democracia participativa, a classe política não faz o que quer — como acontece hoje com esta nossa democracia representativa. Parece que a classe política chegou a um acordo com o povo português: o povo chama os políticos de “ladrões”, e os políticos fazem o que lhes dá na gana; a nossa democracia representativa resume-se a isto.

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