Vejam bem o comentário do jornalista do semanário SOL:
“Três mortos e cinco feridos, um deles em estado grave, após a derrocada de um muro na sequência de uma praxe”.
Depreende-se que “o muro caiu por causa da praxe” (na sequência de): estavam, por ali perto do muro, uns estudantes a praxar, e vai daí, o muro incomodou-se com tamanha indignidade estudantil e resolveu agir, caindo sobre eles e matando três. “Até os muros são contra a praxe”, infere o jornalista do SOL.
Ou, visto de outra maneira: se os estudantes não estivessem a praxar, não estariam perto do muro que caiu. Ou seja, a culpa da tragédia é dos estudantes porque estavam perto do muro. Não é suposto que um muro situado em um sítio público esteja em condições de segurança: o que é suposto é que os estudantes não tenham ido praxar, para não provocar as derrocadas dos muros deste país.
Corolário: as praxes causam quedas de muros, desabamentos de terras, e ondas gigantes.
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