quinta-feira, 8 de maio de 2014

As religiões políticas modernas são ctónicas

 

Alguém comentou aqui:

Segundo T. S. Eliot:

“A primeira afirmação importante é que nenhuma cultura apareceu ou se desenvolveu a não ser em conjunto com uma religião; segundo o ponto de vista do observador,a cultura parecerá ser o produto da religião; ou a religião, o produto da cultura. [...] Digo apenas que, até onde vão minhas observações, é improvável que haja uma civilização de alto nível onde estejam ausentes tais condições.”


1/ Saber quem surgiu primeiro, se a religião se a cultura, é como procurar saber se a galinha nasceu primeiro que o ovo. O Homem é o único ser que tem cultura, e não existe cultura sem religião.

2/ o marxismo é uma forma de religião, como demonstrou Eric Voegelin. E o Aquecimentismo é outra forma de religião — ambas são religiões ctónicas e imanentes, tal como as religiões do neolítico eram ctónicas e imanentes.

As grandes civilizações surgiram quando o Homem começou a olhar para o Céu, procurando a transcendência, deixando de olhar para a Terra e para a imanência. Quando o Homem começou a olhar o Céu, as divindades terrestres e imanentes foram sendo abandonadas, e foi então que surgiram as grandes civilizações no Egipto, na Babilónia, ou entre os Maias e Aztecas.

3/ o marxismo (e o aquecimentismo) são formas de religião que se caracterizam por uma espécie de retorno moderno ao neolítico inferior (porque no neolítico superior começaram a surgir as civilizações que “olhavam o Céu”) — embora a História não se repita de forma exacta, há certos padrões históricos que se podem repetir.

Estas duas formas de religião (o marxismo e o aquecimentismo) são ctónicas, isto é, viradas para a Terra e em detrimento do Céu (em detrimento do Cosmos, do universo): nas religiões políticas modernas, o Céu, ou é colocado em segundo plano, ou é mesmo esquecido.

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