terça-feira, 13 de maio de 2014

O igualitarismo do cardeal Bergoglio conduzirá inevitavelmente ao aumento da indiferença entre os católicos

 

O igualitarismo que hoje também marca a própria Igreja Católica, por intermédio do cardeal Bergoglio e de quem o elegeu Papa, é contraproducente, quero dizer, tem um efeito social e cultural exactamente contrário ao que os igualitaristas papistas pretendem.

Por exemplo, o racismo surge hoje como uma reacção suscitada pela indiferença sócio-cultural que resulta da imposição do igualitarismo, e não já pela rejeição da diferença. Isto significa que o racismo não acaba por via do igualitarismo: transforma-se.

Ou seja, não é o igualitarismo politicamente correcto imposto de cima para baixo na sociedade que vai resolver o problema do racismo (como não resolverá outros problemas semelhantes) — pelo contrário, transforma o problema anterior em um problema novo (o conteúdo mantém-se, muda a forma). A ideia segundo a qual é possível resolver o problema das diferenças entre os seres humanos através de imposições formais e igualitaristas de pensamento, só pode vir de gente ignara que compõe a elite política ocidental actual. Estamos entregues a gente desqualificada.

A partir do momento em que o igualitarismo tem como corolário a indistinção, esta resulta em uma indiferença que acaba por ser uma forma de diferenciação e de discriminação negativas.

Aquilo que não é distinguível, que não é facilmente destrinçável, que não é diferençável intuitivamente, deixa de ser valorizado (bem ou mal, positiva ou negativamente) — só que desta vez a discriminação em relação ao outro não é feita com uma tentativa de recurso a um fundamento racional, mas antes passa a ser quase totalmente subjectivista. Em vez de desmontar as bases objectivas de discriminação, o igualitarismo fomenta a pulverização da discriminação subjectiva, em que a discriminação já não se faz recorrendo (muitas vezes erroneamente) à racionalidade da experiência objectiva, mas antes passa a fazer parte do império da irracionalidade subjectiva.

É nesta armadilha que a Igreja Católica está a cair através deste papa e do clero que o apoia.

che-bergoglio-png-webPor exemplo, o baptismo de uma criança não pode ser uma forma de legitimar, na cultura antropológica, um determinado comportamento ou estilo de vida do progenitor ou progenitores. Uma mãe solteira pode ver o ser filho baptizado? Claro que sim!, mas isso não significa que a cerimónia do baptismo dessa criança se transforme em uma cerimónia de legitimação dos comportamentos mais abstrusos ou do estilo de vida da progenitora.

A partir do momento em que os critérios que fundamentam o baptismo (ou os critérios do casamento, que o cardeal Bergoglio e os seus sectários também querem alterar, e à revelia do Direito Canónico) passam a ser praticamente indistinguíveis por via do igualitarismo, então o próprio baptismo passa a ser destituído de valor, e é a própria Igreja Católica que perde com isso.

Se duas lésbicas em coabitação podem utilizar o espaço de uma igreja católica para simbolicamente legitimar (perante a comunidade católica e a sociedade em geral) o seu estilo de vida através do baptismo do filho de uma delas (o baptismo da criança é, neste caso, apenas um instrumento político e cultural), o que o cardeal Bergoglio está a fazer é destruir a Igreja Católica e os seus fundamentos — porque a Igreja Católica não vai ganhar nem mais um fiel se optar por essa via: apenas vai aumentar o número dos indiferentes, que incluirá pessoas como eu que até agora frequentavam a missa.

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