domingo, 15 de junho de 2014

A linguagem do pasquim Público ou “a direita à João Miguel Tavares”

 

“Ser de direita já não provoca confrangimento nem má consciência. Não significa necessariamente defender os privilegiados, ser socialmente insensível, retrógrado e reaccionário. Nem sequer o conservadorismo dos costumes. Ser de direita já não é um sinal de inferioridade intelectual, nem de indiferença à injustiça, ódio à mudança, ou pertença às classes altas. Pelo menos é isto que acham os novos arautos da direita. Por ser de direita, já não perdemos os amigos. Já não nos caem os parentes na lama.”

Os intelectuais de direita estão a sair do armário


Segundo o pasquim Público, a Esquerda nunca defendeu privilegiados (cruzes, canhoto!); a Esquerda nunca foi socialmente insensível (Valha-nos o santo Estaline!); e qualquer pessoa que se tenha alguma vez colocado contra Mao Tsé Tung ou contra o Che Gjmtuevara foi um “retrógrado e um reaccionário”.

Segundo o pasquim Público (talvez reflectindo a moda da “direita à João Miguel Tavares”), a direita não é “conservadora em relação aos costumes”. Ou seja, a “direita à João Miguel Tavares” coincide mais ou menos com a esquerda nos costumes — mas não é de esquerda (Abrenúncio! Valha-nos o beato Hayek!).

Segundo parece, antigamente, ser de direita foi sinal de inferioridade intelectual.

Por exemplo, Jaime Nogueira Pinto, que defende os valores da verdadeira direita (que não é a “direita à João Miguel Tavares”) desde que me conheço, é supostamente um retardado mental. E mais ainda: segundo o jornaleiro do Público, “a direita odiava a mudança e pertencia às classes altas” — o conceito de “ódio à mudança” implica o conceito de “amor à mudança”; a nova direita, a do João Miguel Tavares, ama tanto a mudança como a esquerda a ama. É uma “direita dialéctica”, a modos que “marxista cultural”. O conceito de “direita marxista cultural” parece estar na moda.  

O corolário do “pensamento” do pasquim Público é o de que a “direita à João Miguel Tavares” e a esquerda são iguais excepto nas folhas Excel da economia.
O que faz a diferença entre a esquerda e a direita (à João Miguel Tavares) é apenas uma questão de fórmulas matemáticas e funções operativas que utilizamos no cálculo do PIB.

Ser de direita passou a ser uma espécie de “sócio de um clube” — como se é sócio do Benfica ou do Sporting: já “não lhes caem os parentes na lama;” é uma direita “porreira pá!”, que depois de uma conversa (envergonhada) com a esquerda, vai com ela beber uns copos (porque esta vida são dois dias e o carnaval são três). É uma espécie de nacional-porreirismo de direita. Fica tudo em família.

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