quarta-feira, 25 de junho de 2014

O papa ambíguo continua a insistir na proibição de juízos de valor éticos

 

Eu tenho uma Bíblia que foi editada com a coordenação do Frei Joaquim Carreira das Neves, responsável pelo Departamento de Teologia Bíblica da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.

Em relação à passagem de Mateus 7, 1-5 (“Não Julgueis”), a minha Bíblia apresenta a seguinte anotação:

Jesus não proíbe a apreciação objectiva dos factos, mas o juízo que leva a condenar os outros, usurpando o direito de Deus, único senhor e Juiz (Romanos, 2,1; 14,4; 4,10; Coríntios 5,12;12,13)”.

che-bergoglio-png-webAntes de mais, temos que saber o significado do verbo “condenar”. Sem esta definição, cairemos na ambiguidade que convém ao cardeal Bergoglio e ao actual clero politicamente correcto. Segundo o dicionário, condenar vem do latim condemnare, que significa “pronunciar sentença contra”, “declarar culpado, fixar pena ou castigo de”. Ou seja, o verbo “condenar” tem, em primeiro lugar, uma conotação jurídica e penal.

Depois, em sentido figurativo, o dicionário diz que o verbo “condenar” também pode ser aplicado como “reprovar”, “censurar”. Portanto, o "papa Francisco" só pode estar a utilizar a passagem de Mateus 7, 1-5 mediante o sentido figurativo (ou figurado) do verbo “condenar”: segundo o "papa Francisco", não devemos reprovar e/ou censurar o comportamento de outrem, se for caso disso — porque não faz absolutamente nenhum sentido que ele utilize o verbo “condenar” no sentido jurídico e penal.

Ora, ¿como é possível conciliar logicamente a proposição “Jesus não proíbe a apreciação objectiva dos factos”, por um lado, e, por outro lado, a outra proposição “Jesus proíbe o juízo que leva a condenar os outros, usurpando o direito de Deus, único senhor e Juiz”? Se o verbo “condenar” se aplica, neste contexto, no seu sentido figurativo, então a anotação do Frei Joaquim Carreira das Neves é absurda porque ambígua — tal como este "papa Francisco" é ambíguo e absurdo.

¿Como é que podemos “apreciar objectivamente os factos” sem fazer juízos de valor?! Por que é que este "papa Francisco" nos insulta a inteligência todos os dias?!! Se não devemos fazer juízos de valor, então a apreciação dos factos é subjectiva.

A oposição entre juízos de facto e juízos de valor pode ser mais aparente do que real; e acentuar essa oposição é uma forma de relativismo. Os juízos de valor são meros juízos de facto que enunciam, embora de forma “sinuosa”, o pensamento (que é efectivamente um facto) "valorizador" daquele que fala.

Quando S. Mateus diz que “não julgueis”, refere-se ao julgamento penal popular e precipitado (justiça popular).

Na Antiguidade Tardia eram vulgares os linchamentos populares e públicos (apedrejamentos públicos e populares de mulheres adúlteras, por exemplo). Não pode ser de outra forma, porque não sendo assim, então concluiríamos que o Evangelho de S. Mateus defende o relativismo moral. Temos que colocar a passagem de Mateus 7, 1-5 no contexto cultural da época em que foi escrito.

O que me revolta e me causa asco neste "papa Francisco" é a sua (dele) ambiguidade: quando lhe convém faz uma exegese dos textos bíblicos, mas quando não lhe convém (ideologicamente) faz uma interpretação literal dos textos. Mas ele está a conseguir, com a sua (dele) hipocrisia, enganar meio mundo.

Quando o "papa Francisco" diz (baseando-e em Mateus 7, 1-5) que “não julgueis” (no sentido figurativo do verbo “condenar”), ele está a emitir um juízo de valor. Mas, simultaneamente, está a proibir toda a gente de fazer juízos de valor. Ou seja, na opinião do "papa Francisco", só ele tem o direito de fazer juízos de valor — mais ninguém tem esse direito!

Ou seja, o "papa Francisco" considera-se a si próprio como o próprio Deus. Por aqui podemos aquilatar o perigo real que o cardeal Bergoglio, feito "papa Francisco", representa para a Igreja Católica.

Este “papa” é uma desgraça! O rebanho está entregue ao lobo!

entregues ao lobo

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