Júlio Machado Vaz é aquele tipo de pessoa que atira a pedra e esconde a mão. Este verbete é uma demonstração disso: colocou um vídeo da retórica de Emma Watson, mas não comentou. Júlio Machado Vaz é perigoso por isso mesmo: só se assume em monólogos: basta que haja contraditório e ele foge a sete pés.
Fazer uma análise crítica da retórica de Emma Watson é complicado, porque ela mistura alhos com bugalhos. Teríamos que analisar cada frase per se, porque não existe um nexo lógico que sirva de ligação entre a maioria das frases. Não é por acaso que, em juízo universal, as mulheres não são grande coisa em matemática.
Ela defende os direitos humanos que incluem a mulher, natural e ontologicamente, por um lado, e por outro lado defende a negação dos direitos humanos aos nascituros. E por isso ela diz que é feminista. E, simultaneamente, diz que o feminismo ganhou uma conotação negativa que não merece ter.
E Júlio Machado Vaz aplaude com as mãos atrás das costas.
O feminismo — tal como acontece com o homossexualismo — não quer igualdade: pretende a supremacia.
Se o feminismo quisesse de facto a igualdade, teria que assumir, em primeiro lugar, a condição feminina em tudo o que isso implica. Dizer que “o corpo é meu e faço dele o que quiser” (como disse Emma Watson), quando há um ser humano — único e irrepetível — em gestação com um ADN diferente do da mulher grávida, não é reivindicar “igualdade”: em vez disso, é reivindicar o direito ao acto gratuito.
Mas o Júlio Machado Vaz aplaude com as mãos atrás das costas.
Um acto gratuito é aquele que não é objectivamente motivado e que manifesta a existência de uma liberdade absoluta, próxima da liberdade da indiferença — por exemplo, um crime sem móbil é um acto gratuito (ver o filme de Alfred Hitchcock, “A Corda”). A vontade de provar a liberdade absoluta por intermédio de um acto sem móbil constitui em si mesmo um móbil.
No fundo, trata-se de um acto perpetrado em função de um capricho, embora um capricho reflectido e pensado, e representando o exercício de um arbítrio total. O objectivo do acto gratuito é o de afirmar uma liberdade total, contra toda a moral e mesmo contra a Razão. Em geral, o aborto é a expressão de um acto gratuito por parte da mulher.
Afirmar que “o corpo é meu e faço dele o que quiser” é reivindicar o direito ao acto gratuito — e isso já não é uma reivindicação de igualdade: antes, pretende-se que a supremacia do estatuto da mulher seja aceite culturalmente pelo homem (por isso é que Emma Watson diz que “a maioria dos homens não apoia o feminismo”). Obviamente que ao homem é sempre negado (e bem!) qualquer acto gratuito em relação a outro ser, incluindo a mulher; mas à mulher, o feminismo pretende a concessão do direito ao acto gratuito mediante um apelo hipócrita à emoção.
E o Júlio Machado Vaz aplaude com as mãos atrás das costas.
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