“Um ano depois de ter trazido o piropo para a discussão pública com uma primeira intenção de o criminalizar, o Bloco de Esquerda insiste no assunto. O partido leva esta quarta-feira à discussão no plenário do Parlamento uma proposta que classifica como crime o assédio sexual – onde se inclui o assédio verbal – e outra para perseguição.”
Por detrás do aparente libertarismo do Bloco de Esquerda está um totalitarismo feroz que se revela a espaços. ¿O que leva um partido político a considerar o piropo — por mais ordinário que seja — uma forma de “assédio sexual”?!
És como um helicóptero: “gira” e “boa”.
Ó fêvera!, junta-te aqui à brasa.
Ó jóia!, anda aqui ao ourives.
Ó filha!, aperta aqui que é mais fofo.
Ó jeitosa!, és mais apertadinha que os rebites de um submarino.
¿Andas na tropa? É que já marchavas...
Tantas curvas e eu sem travões!
¿Usas cuecas TMN? É que tens um rabinho que é um mimo.
Ó filha!, agora já percebo porque é que tenho a talocha nas mãos.
Ainda dizem que as flores não andam.
Que rica sardinha para o meu gatinho!
Só a mim é que não me calha uma destas na rifa!
O assédio sexual, conforme previsto no Código Penal, implica uma qualquer situação de dependência em relação ao agressor (ou agressora) — seja uma dependência económica, hierárquica, social, etc.. — que retira à vítima o seu direito ao exercício de livre-arbítrio. Ora, não vejo como é que um trolha empoleirado em um andaime estabelece uma relação de poder ou de domínio sobre uma qualquer “boazona” que passa.
O Bloco de Esquerda pretende proibir o discurso — qualquer discurso. Esta coisa abstrusa de tentar transformar um piropo em um crime punível com pena de prisão faz parte de uma visão estratégica orwelliana de proibição do discurso.
O Bloco de Esquerda deveria ser proibido como partido político. Um partido que se arvora exclusivista no discurso, pretendendo punir criminalmente todo o discurso que não seja o seu, deveria ser extinto e os seus caudilhos deveriam ser presos por crime de atentado contra a democracia.
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