sábado, 20 de setembro de 2014

O João Miranda e a Raquel Varela

 

Perante uma mundividência absurda sobre a realidade, o João Miranda argumenta com cinismo. Face ao absurdo, só o cinismo faz algum sentido. Eu não simpatizo com Karl Marx, mas ele tinha razão quando dizia que pessoas como o João Miranda têm uma “moral de merceeiro”.

Não passa pela cabeça do João Miranda que terá havido outras razões, para além das razões de contabilidade de mercearia, para que escoceses votassem sim ou não à independência da Escócia.

A única diferença entre o João Miranda e, por exemplo, a Raquel Varela, é a concepção que os dois têm do Estado; de resto, são iguaizinhos: reduzem toda a realidade à economia. O João Miranda é uma espécie de “comunista do reviralho”.

Tanto um como a outra vêem a realidade de uma forma determinista (mas em nome da “liberdade” !) — uma vez que (toda) a realidade é determinada absolutamente pela economia. O futuro está determinado; não existe escapatória para os “amanhãs que cantam”, de um lado e doutro. Ambos defendem o fim da História, cada um à sua maneira. O futuro é uma certeza e o passado é uma incerteza; a moral é invertida em nome desse determinismo. O João Miranda e a Raquel Varela fazem parte do mesmo problema, e não são solução para nada.

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