quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O João Miranda não faz a mínima ideia do que é uma nação

 

O João Miranda só concebe níveis geográficos de Poder; para ele, o conceito de “nação” não existe: o Estado resume-se a uma determinada organização geográfica de Poder, que pode incluir, por exemplo, em um mesmo território, Zulos e Vietcongues. Nesta concepção de “Poder”, a noção de “nação” é estranha.

Advém desta alienação do conceito de “nação” a ideia segundo a qual a existência de uma União Europeia reduz os custos da independência. Se isto fosse verdade, a URSS ainda existiria hoje, embora com alterações políticas/ideológicas internas; ou o império austro-húngaro não teria acabado em 1918.

Portanto, em termos práticos e históricos, essa ideia do João Miranda é falsa. Até a China tem hoje enormes problemas internos com secessões de nacionalidades indígenas. O que acontece, de facto, é que os custos da independência deixam de depender parcialmente do Reino Unido e passam a depender parcialmente da União Europeia — ou seja, a dependência da Escócia é transferida de uma entidade estatal para outra entidade estatal.

Isto significa que não há nenhuma redução real dos custos da independência. O que há é uma opção política sobre a partilha dos custos de independência (ou melhor: da dependência); e quando esta opção é política, nem sempre é boa em termos económicos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.