terça-feira, 4 de novembro de 2014

O conceito metafísico de “evolução darwinista” é incompatível com a metafísica religiosa

 

Quando analisamos argumentos, devemos, em primeiro lugar, estudar quanto possível a essência deles, e só depois devemos partir para a abordagem lógica que poderá eventualmente encontrar contradições nesses argumentos.

De qualquer modo, ao ser humano é impossível a absoluta não-contradição.

O cientista informático Larry Stockmeyer demonstrou que a verificação lógica de apenas 558 teoremas implica a necessidade de um computador do tamanho do universo. Se cada teorema for fraccionado em todas as suas partes lógicas possíveis, comparado com todas as conclusões lógicas, silogismos e sorites, estaremos em presença de fracções na ordem de 10^168 (1 seguido de 168 zeros) — mesmo um computador do tamanho do universo bloquearia ao tentar analisar o teorema número 559. Para verificar as possíveis contradições em apenas 100 proposições, podemos obter um número prolixo de fracções, na ordem de 10^30 (1 seguido de 30 zeros). Pedir a um ser humano que seja mais perfeito, no seu raciocínio, do que um computador do tamanho do universo, é defender a ideia de um super-homem.


O Domingos Faria começa por não definir “evolução darwinista”, porque o que lhe interessa é a redução à análise lógica da contradição entre “evolução darwinista” e as religiões universais (e não só os teísmos!) — por exemplo, as várias estirpes do Hinduísmo são incompatíveis com o conceito de evolução darwinista.

No seu sentido biológico, 'evolução' designa um processo pelo qual a vida emerge da matéria não-animada e se desenvolve depois por meios naturais. Foi esse o sentido que Darwin emprestou à palavra e foi retido pela comunidade científica” (Michael Behe).

Isto significa que o conceito de “evolução darwinista” pertence à metafísica, e não à ciência. Ou, se quisermos uma abordagem neo-kantiana:

“O criacionismo é um mito, assim como o darwinismo é um mito, porque é impossível explicar a mutação das formas”. — Eric Voegelin

Segundo o físico ateu Fred Hoyle, a probabilidade de que os tijolos da vida (os aminoácidos) se juntem na sequência correcta para formar uma proteína, é de 1 em 10^40 (1 seguido de 40 zeros). Note-se que os matemáticos consideram a hipótese de 10^50 (1 seguido de 50 zeros) como uma “impossibilidade matemática”. O físico Chandra Wickramasinghe escreveu o seguinte:

“As hipóteses de a vida ter aparecido por acaso e de forma aleatória são semelhantes às hipóteses de um ciclone soprar num qualquer cemitério de automóveis e construir-se assim um Boeing 747”.


Desde Galileu que a Igreja Católica “joga à defesa” (tentando evitar um erro que, de facto, não cometeu) em relação à ciência, e muitas vezes não se dá conta de que o conceito de “evolução darwinista” pertence à metafísica — como aconteceu recentemente com o "papa Francisco".

Segundo o conceito actual de paradigma, de Thomas Kuhn, a reacção do Papa medieval às teses de Galileu foi absolutamente correcta. As teses de Copérnico receberam o imprimatur porque foram formuladas como hipóteses. Porém, Galileu não quis formular quaisquer hipóteses, mas afirmar verdades absolutas — e isto numa época em que a hipótese de Ptolomeu podia explicar melhor muitos fenómenos celestes.

A Igreja Católica, naquela época, defendeu a concepção científica mais moderna embora se tenha atido a concepções cosmológicas erradas.


Se tivermos em consideração devida a noção de “evolução darwinista”, o texto de Domingos Faria não faz sentido, porque especula sobre opiniões de gente que não tem em consideração exacta o princípio de que parte o darwinismo. Aliás, o conceito de “aleatoriedade do processo de evolução” está já, hoje, ferido de morte: a selecção natural pode explicar a sobrevivência de uma espécie adaptada, mas não consegue explicar por que razão essa espécie adaptada surgiu em primeiro lugar.

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