O professor Rolando Almeida escreveu aqui que “não existem ciências exactas e outras não exactas”. Mas, em todo o texto, o professor Rolando Almeida não definiu “ciência”, o que seria o ponto de partida para a justificação da sua proposição supracitada. Por isso, vamos definir “ciência”.
Chamamos “ciência” ao conhecimento positivo (neopositivismo) — a “ciência experimental” — que se apoia em critérios precisos de verificação, e permitindo, por isso, uma objectividade dos resultados.
Poderíamos definir “ciência” de outra maneira, mas é esta definição real que é geralmente válida nas universidades e no meio científico.
Em função desta definição de ciência — que o professor Rolando Almeida não fez —, podemos distinguir três tipos de ciências:
- as ciências experimentais ou empíricas; são as chamadas “ciências da natureza”, que se referem a um dado objecto na experiência e validam-se através de controlos experimentais;
- as ciências formais; a matemática e a lógica, baseadas na dedução a partir de axiomas. Nas ciências formais, não há qualquer necessidade de verificação experimental, porque a matemática e a lógica não têm um objecto exterior à sua construção;
- as ciências humanas (história, sociologia, antropologia, psicologia, etc.) que são aquelas em relação às quais não se pode aplicar igual- e literalmente o método das ciências da natureza (ler Karl Popper). A ideia segundo a qual se pode aplicar literalmente o método das ciências da natureza às ciências humanas, é um mito cientificista.
É neste sentido — baseado no facto de não se poder aplicar igualmente e literalmente o método das ciências da natureza às ciências humanas — que se faz a distinção real entre aquilo a que se convencionou chamar de “ciências exactas” (pontos 1 e 2) e “ciências não exactas” (ponto 3).
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