terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Stephen Hawking e a morte da filosofia

 

“Hawking defende que a filosofia morreu pois as grandes questões são respondidas pelas ciências da natureza, nomeadamente a física. Mas parece existir um grande problema na afirmação de Hawking. Como é que a física pode mostrar cientificamente que a filosofia morreu? Como é que Hawking consegue responder a essa grande questão sobre a morte da filosofia sem, ao mesmo tempo, filosofar? Que pensar disto?”

A filosofia morreu

Stephen Hawking parte de um princípio (um postulado; ou um axioma) segundo o qual “as pessoas só vivem neste mundo uma vez”. Não é possível fazer prova científica (no sentido do método das ciência da natureza) da verdade desse argumento, mais quando sabemos que a primeira célula viva que apareceu no universo ainda existe hoje — ou seja, essa célula primordial não morreu. Mas partir desse princípio também é filosofar — assim como um matemático parte sempre de um postulado para construir uma teoria através do formalismo matemático; e, neste sentido, também o matemático é um filósofo.

Stephen Hawking entende a filosofia no sentido do Positivismo, ou do neo-empirismo, em que filosofia era entendida como produto da “ilusão da linguagem”. Hoje ainda existem muitos pobres espíritos que pensam assim, apesar de demonstrações lógicas entretanto feitas que refutam o simplismo dessa forma de conceber a filosofia e o pensamento humano.

Stephen Hawking ficará para a História como o estereótipo do “cientista idiota”: através de um pensamento circular, recusa o carácter tautológico da ciência, por um lado, e por outro  lado confunde “ciência” com “técnica”.

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