sexta-feira, 20 de março de 2015

A negação da a-causalidade objectiva da realidade quântica

Para se compreender este verbete, convém ver este vídeo.

Vamos passar adiante pelos modos efeminados do filósofo; parece que está na moda a ideia segundo a qual  o efeminado convence melhor.

Em resumo, temos aqui o problema da reversibilidade do tempo a nível quântico (aquilo a que se chama “simetria temporal” — e a irreversibilidade do tempo a nível macroscópico (“assimetria temporal”).

Os erros do raciocínio do filósofo são dois:

1/ considera a onda quântica sempre como matéria, portanto sujeita ao tempo (porque a onda quântica tem quase sempre um resquício de massa); aliás, este é também um preconceito generalizado da actual física quântica.

2/ considera que a reversibilidade do tempo, a nível microscópico, pode incluir o futuro, quando em verdade a reversibilidade quântica do tempo é restrita à  “repetição” (por assim dizer) do passado.

Vamos dar um exemplo: em teoria, o planeta Terra pode passar a orbitar uma outra estrela qualquer através do chamado “efeito de túnel”; mas a possibilidade de isso acontecer é de 10^200 (1 seguido de 200 zeros), o que é uma impossibilidade não só matemática como universal. Ou seja, aquilo que é vulgar na realidade quântica (o efeito de túnel) é praticamente impossível na realidade macroscópica devido à  acção da força entrópica da gravidade.

De modo semelhante e análogo, a reversibilidade quântica do tempo é uma impossibilidade prática a nível macroscópico. Por outro  lado — e isto é extremamente importante! — a nível quântico, só é reversível o passado; o “retorno ao futuro” nada mais é do que uma repetição do passado: fazendo uma analogia:

“Um homem entra numa sala por uma porta e sai da sala por outra porta. No exacto momento em que o homem está saindo pela segunda porta, o mesmo homem vai entrando na mesma sala simultaneamente e outra vez pela primeira porta”.

O que acontece é que a segunda entrada do homem na sala é a repetição do passado, e não uma real previsão ou “repetição do futuro”. Do futuro apenas podemos saber tendências em função de possibilidades de deslocação da função de onda quântica. A profecia do futuro nada mais é do que a capacidade de intuir, em um grau mais aprofundado, as tendências das possibilidades de eventos em função do caminho mínimo da função de onda.

O que o filósofo fanchono defende é o que se pretende afirmar hoje nos areópagos universitários do Ocidente: que a realidade quântica é tão determinista quanto as leis da Física clássica.

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