Depois de ter feito uma entrevista ao "papa Francisco", o ateu Scalfari vai largando na imprensa o “Bergoglio Leaks”. A última notícia saiu no Repubblica do último fim-de-semana.
Scalfari perguntou ao "papa Francisco":
“¿O que acontece, depois da morte, à alma que não se converte? ¿Será punida?”
ao que o cardeal Bergoglio respondeu:
“Non c'è punizione ma l'annullamento di quell'anima” (não é punição, mas anulação da alma).
Aqui, “anulação” é sinónimo de “extinção”. O que o papa Bergoglio quer dizer é que a alma não-convertida é extinta, deixa de ser, e deixa o Ser.
Em primeiro lugar, este conceito de “anulação” é herético. Vai contra a doutrina da Igreja Católica. O papa Bergoglio proferiu uma heresia que provavelmente será aplaudida pelo Frei Bento Domingues e outros que tais. Se o papa Bergoglio pretendia escamotear o conceito de “inferno”, haveria outras formas mais inteligentes de o fazer, por exemplo, através do conceito de “limbo”.
Em segundo lugar, a ideia de “anulação da alma” é panteísmo naturalista 1 ou anda lá muito perto. Pressupõe que a alma (que deveria ser aqui entendida como “espírito”, como é óbvio) morre da mesma forma que o corpo físico morre. O papa Bergoglio supõe que a consciência (humana, neste caso) se extingue. É assim também que pensam os esbirros do "papa Francisco”, como por exemplo o Frei Bento Domingues.
No caso do conceito de inferno, o que o papa Bergoglio poderia dizer sem ser herético, é que o inferno é um símbolo da má consciência que auto-inflige sofrimento ao espírito que não se reconciliou com Deus. O inferno é o estado de espírito daquela consciência que não pode deixar de se ver tal qual é, depois da morte. Temos aqui uma exegese do conceito de inferno que não fere essencialmente a ideia tradicional e histórica de “inferno”.
Mas o pior é a ideia segundo a qual “a alma que não se converte: extingue-se ou é extinta por Deus”. Para quem se diz defensor das periferias terrenas, parece que, para o "papa Francisco", o conceito de “periferia” não se aplica no Além.
Nota
1. em contraponto aos monismos panteístas orientais, que não são naturalistas
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