segunda-feira, 23 de março de 2015

Marine Le Pen, o Insurgente e o Jugular

 

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Começo por dizer que, se eu fosse francês, não votaria na Front Nationale de Marine Le Pen,  a não ser por voto de protesto contra o sistema político; por várias razões, e fundamentalmente porque a Front Nationale é tão radicalmente laicista quanto o Partido Socialista francês.

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Eu vou mais pelo secularismo, por exemplo, de um UKIP (United Kingdom Independent Party); vou mais por aqui, mas vou mais longe: em minha opinião, a Igreja Católica deveria fazer parte do protocolo de Estado, e portanto, fui contra a posição do Partido Social Democrata que há anos se aliou à  Esquerda e à  maçonaria para revogar a tradição portuguesa da presença da Igreja Católica nos protocolos de Estado que vigorava desde a fundação de nacionalidade.

Segundo o critério do Insurgente, o UKIP, sendo um partido nacionalista e que defende até a saída do Reino Unido da União Europeia, é um partido socialista.

Ou seja, para o Insurgente, o que vem escrito no sítio da Bloomberg em relação à  Front Nationale é Bíblia sagrada. E o que distingue o Insurgente do Jugular é a noção de propriedade privada; em tudo o resto são semelhantes, são irmãos desavindos, produtos da mesma revolução que matou muito mais gente em apenas um mês do que a Inquisição católica durante toda a Idade Média (desde a queda do império romano do Ocidente até meados do século XV). 

Eu acompanhei Marine Le Pen no Twitter meses a fio, e nunca vi nada escrito por ela que “desejasse a nacionalização dos principais Bancos”: o que ela escreveu no Twitter está também escrito na Wikipédia:

«In October 2011, she advocated to implement a drastic regulation of the banking sector separating by law the deposit banks from the merchant banks. She claimed that "the deposit banks should be rescued by a temporary and partial nationalization". In her view, "the balance sheet of the banks should be the object of a transparency operation".»

1/ Separar a Banca financeira e a Banca comercial; 2/ os balanços da Banca comercial devem ser analisados em nome da transparência, e se necessário for, deve haver uma nacionalização parcial e temporária de alguns Bancos — que foi o que o Partido Social Democrata fez em relação ao BES: do dinheiro investido pelo Estado no Novo Banco (4,9 mil milhões de Euros), muito dele vai ser pago directa ou indirectamente pelos contribuintes, e por isso trata-se de facto de uma nacionalização temporária e parcial.

Quanto às invectivas de Marine Le Pen em relação a Angela Merkel, o Nigel Farage faz exactamente as mesmas acusações, e não consta que este seja socialista por isso. E quando Nigel Farage recusa o Euro, também não será por isso que é socialista.

E quanto ao conflito ucraniano, ouçamos Nigel Farage:

 

Nigel Farage diz o mesmo que a Marine Le Pen. E, segundo o Insurgente, Nigel Farage também é socialista. Toda a gente que não lê pela mesma cartilha do sistema, que não alinha pelo pensamento único que junta o Jugular e o Insurgente, é socialista. E conclui o Insurgente que, por ser nacionalista, Nigel Farage “anda de mãos dadas com o socialismo”.

E vou ficar por aqui, porque quem tem neurónios activos não precisa de mais palavras.

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