“Encontrei algumas pessoas que, desde a adolescência, me mostraram que as dúvidas e o questionamento são intrínsecos ao processo da fé cristã. Ninguém tem a verdade, mas é possível viver no horizonte da sua busca, com o contributo de todos os que a procuram, em todas as áreas de conhecimento, seja qual for o universo cultural e religioso. Tudo na vida é uma criação de possibilidades, de acontecimentos imprevisíveis. Nunca me dei bem com crenças inamovíveis, com o determinismo.”
Aqui, Frei Bento Domingues entra em contradição: por um lado, fala em “todas as áreas do conhecimento”, que inclui (como parece ser óbvio) a ciência positivista que é determinista por natureza; e, por outro lado, diz que “nunca se deu bem com determinismos”.
Por outro lado, o Frei Bento Domingues utiliza uma terminologia “camuflada”, por assim dizer, como por exemplo, “alma do mundo”, que tem uma conotação ideológica bem clara para quem tem um mínimo de noção da história das religiões.
No ponto 3 do seu (dele) texto, o Frei Bento Domingues fala em reformas do "papa Francisco". Mas que reformas são essas? Ele não diz, talvez porque sejam indizíveis.
O Frei Bento Domingues, quando se refere ao "papa Francisco", faz lembrar o episódio de “O Rinoceronte”, de Ionesco, em que vários rinocerontes circulam pela cidade e um representante da religião oficial vem responder às angústias dos cidadãos através de silogismos. O discurso é errático; ou pelo menos enigmático, e principalmente ambíguo, tal como o do "papa Francisco".
A ambiguidade é um instrumento da mentira, da falsidade.