terça-feira, 17 de março de 2015

Não há pachorra para aturar o Frei Bento Domingues e o seu "papa Francisco"


“Encontrei algumas pessoas que, desde a adolescência, me mostraram que as dúvidas e o questionamento são intrínsecos ao processo da fé cristã. Ninguém tem a verdade, mas é possível viver no horizonte da sua busca, com o contributo de todos os que a procuram, em todas as áreas de conhecimento, seja qual for o universo cultural e religioso. Tudo na vida é uma criação de possibilidades, de acontecimentos imprevisíveis. Nunca me dei bem com crenças inamovíveis, com o determinismo.”

Aqui, Frei Bento Domingues entra em contradição: por um lado, fala em “todas as áreas do conhecimento”, que inclui (como parece ser óbvio) a ciência positivista que é determinista por natureza; e, por outro  lado, diz que “nunca se deu bem com determinismos”.

Por outro  lado, o Frei Bento Domingues utiliza uma terminologia “camuflada”, por assim dizer, como por exemplo, “alma do mundo”, que tem uma conotação ideológica bem clara para quem tem um mínimo de noção da história das religiões.

No ponto 3 do seu (dele) texto, o Frei Bento Domingues fala em reformas do "papa Francisco". Mas que reformas são essas? Ele não diz, talvez porque sejam indizíveis.

O Frei Bento Domingues, quando se refere ao "papa Francisco", faz lembrar o episódio de “O Rinoceronte”, de Ionesco, em que vários rinocerontes circulam pela cidade e um representante da religião oficial vem responder às angústias dos cidadãos  através de silogismos. O discurso é errático; ou pelo menos enigmático, e principalmente ambíguo, tal como o do "papa Francisco".

A ambiguidade é um instrumento da mentira, da falsidade.

1 comentário:

  1. O modernista é aquele tipo que cria o problema para depois vender a solução.

    A Igreja passou muito bem, por séculos, com aquilo que ali se chama de "crenças inamovíveis", com suas condenações, com sua pretensão de ter a verdade. Quando, ao longo desse tempo, passou por crises, tratou sempre de reforçar a imobilidade de suas crenças, de lançar condenações e de reafirmar seu papel único na salvação das almas. E assim prosseguia, enquanto os oponentes se fragmentavam e ficavam pelo caminho, como rebanhos sem pastor. Sendo assim dura como pedra, a Igreja foi responsável por erguer nada menos que nossa civilização, por elevar as almas em sabedoria, por produzir santos inigualáveis em virtude, por fazer a salvação da alma ser o sentido da vida das pessoas, por fazer de Deus algo presente em suas vidas e nas sociedades.

    Então, há uns duzentos anos, mais ou menos, apareceram esses "moleques" com suas novidades modernas. Aplicadas, o resultado é o mundo cada vez mais cínico, materialista e ateu em que vivemos.

    Aí, nesse cenário desastroso, torna a aperecer o bando de moleques e apresenta o seu pacote de soluções. Falam em "nova evangelização", em "reformas", em "tolerância", "inclusão" etc, como se nada tivessem a ver com a origem do problema.

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