A ciência tem que convencer, persuadir, e não impôr coercivamente. Convencer e persuadir é esclarecer, informar, chamar o povo e explicar as coisas, “tim-tim por tim-tim”.
Tal como Platão na “República”, a Helena Damião está convencida de que um mito pode ser crido pela geração presente pela via da coerção do Estado, e que a imediata e posteriores gerações podem ser “educadas” de tal modo que não tenham dúvida alguma do mito. Miopia perigosa!
Por exemplo, os japoneses foram ensinados, desde meados do século XIX, que o imperador descendia da deusa-sol, e que o Japão foi criado primeiro do que o resto do mundo; e qualquer intelectual japonês que duvidasse de tal dogma (dogma político, e não propriamente religioso) era afastado da vida pública, alegadamente por actividades anti-japonesas. E os resultados deste mito político viram-se na II Guerra Mundial.
O que a Helena Damião não consegue ver é que os mitos “aceites” de forma compulsória e coerciva por parte do Estado, reduzem a inteligência em circulação na sociedade. A única forma adequada de impôr uma crença — neste caso uma crença da ciência — é através da persuasão. E persuadir não é violentar ou retirar direitos às pessoas.
À ciência não cabe definir a ética e comandar a sociedade (positivismo religioso).
Mentalidades cientificistas como a da Helena Damião, Carlos Fiolhais e o resto da comandita do blogue Rerum Natura, devem ser combatidas sem quartel.
Diz a Helena Damião (revelando a sua mentalidade totalitária em potência) que “as crianças não são dos pais”; mas também não pertencem ao Estado — era só o que faltava!. E não cabe ao Estado transformar a sociedade em uma espécie de sucedâneo contemporâneo da “República” de Platão.
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