sexta-feira, 24 de abril de 2015

O racismo cultural e as anti-touradas


O racismo já não é hoje a crença na desigualdade das raças, nem a hostilidade de princípio em relação a uma determinada categoria de seres humanos — tudo isso pertence ao passado; em vez disso, o racismo é hoje considerado pelo politicamente correcto, e pela classe política em geral, como qualquer forma de apego a um modo de vida específico, a uma paisagem natal, e a uma identidade particular.

A ideologia dominante actualmente é uma ideologia universalista (maçonaria) que condena no fogo da nova Inquisição qualquer forma de enraizamento cultural e patriótico. É uma ideologia que privilegia a mobilidade irracionalizada, o desenraizamento cultural e político, um novo nomadismo bárbaro, a aceitação do “novo” como sempre melhor do que o tradicional (falácia ad Novitatem), a precariedade como um valor supremo, a instabilidade pessoal como modo de vida.

O conceito actual de “racismo” já não tem a ver com a cor da pele: hoje é classificado de “racista” quem preza a sua cultura e as suas tradições, e quem gosta do seu país e da sua nação. Estes são os novos racistas.

O patriota, para além de ser considerado “racista”, é considerado pelo politicamente correcto como tendo uma natureza corrompida. Quando as pessoas simples do povo dizem que preferem conservar as suas tradições em vez de se submeterem a culturas estrangeiras, os ditos progressistas vêm a terreiro bradar que “o povo é egoísta  e xenófobo”. Ou seja, o povo é racista e corrompido, e há que substituir o povo português por outro povo qualquer.

O culto do mestiço é a inversão do culto nazi da pureza da raça: assim como, para o III Reich, o ariano era o modelo ideal, o mestiço é o modelo ideal da nova ideologia que — tal como os nazis tinham —  têm hoje uma obsessão com a raça, uma mesma sobrevalorização da importância dos factores rácico e étnico na evolução das sociedades humanas. O contrário do racismo passou a ser um racismo em sentido contrário.

É neste ambiente irracional que se situam o Ricardo Araújo Pereira e o Nuno Markl. Ser “anti qualquer coisa” passou a ser a norma. Segundo aquelas mentes anormais, as tradições portuguesas são racistas e/ou desumanas, e o povo tem uma natureza corrompida. Por isso há que acabar com este povo e arranjar outro povo para o substituir. Neste contexto, ser “anti-touradas” assume uma semelhante significação em relação a ser “anti-racista”. 

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