terça-feira, 9 de junho de 2015

A “segunda realidade” da ideologia do Aquecimento Global Antropogénico

 

“O CES apoia a Iniciativa dos Cidadãos Europeus (The European Citizens Initiative – “ECI”), já em curso, que visa apelar à Comissão Europeia que apresente uma proposta legislativa ao Parlamento Europeu e ao Conselho assente numa concepção de protecção ambiental baseada em direitos intrínsecos da Natureza.”

A consagração dos Direitos da Natureza

Ver também aqui a petição pública respectiva.



Não é possível compreender a realidade sociológica e política actual sem se ter lido alguma coisa de Eric Voegelin. O problema é que é bastante difícil compreender Eric Voegelin sem que o leitor tenha umas luzes da história das ideias; ou seja, o requisito mínimo para se compreender Eric Voegelin é uma licenciatura em filosofia ou em história. Ou então, muitos anos de estudo de filosofia que torna a respectiva licenciatura despicienda.

O conceito de “segunda realidade”, de Eric Voegelin, é uma definição real de “ideologia”. A “segunda realidade” consiste na condição de auto-embotamento espiritual e de auto-cegueira por parte dos ideólogos em geral, quando eles colocam imagens e/ou representações por eles construídas em lugar de percepções da realidade (a autêntica realidade percepcionada pelo ser humano comum e vulgar).

A “segunda realidade” é uma patologia da consciência deformada que podemos observar, não só nos ideólogos, mas também em muita gente cujos estados delirantes — delírio interpretativo — não são suficientes para os interditar e os circunscrever a um manicómio.

Por exemplo, quando o Partido Comunista ou o Bloco de Esquerda (e mesmo o Partido Socialista de António Costa) fazem as reivindicações de “direitos” mais estapafúrdios, partem do princípio de que os recursos económicos e financeiros são praticamente ilimitados, e que o povo não vive principescamente devido à “maldade dos capitalistas”: não fora a “maldade dos capitalistas” — segundo a Esquerda —, existiria um paraíso na Terra. Em vez de constatarem factos inerentes à realidade e à Natureza Humana, a Esquerda constrói uma “segunda realidade” através de imagens e representações que negam a Natureza Humana e que são substitutivas da realidade propriamente dita.

A doutrina do Aquecimento Global Antropogénico é a construção de uma “segunda realidade” que tende a transformar-se em dogma.

Em primeiro lugar porque quando os dados não concordam com a teoria, então os dados são modificados para que a teoria se possa manter verificável. A teoria do Aquecimento Global nunca muda: são os dados objectivos que se adaptam a ela. Portanto, constrói-se uma “segunda realidade” ou uma ideologia: não se trata de ciência, mas de construção de uma “segunda realidade”.

Em segundo lugar, trata-se de uma doutrina que pretende retirar ao ser humano a propriedade da terra, em nome de putativos “direitos intrínsecos” dos “organismos vivos” da Natureza. Em quase todas as sociedades ocidentais, o feto humano não é considerado um “organismo vivo” nem tem “direitos intrínsecos”; mas, simultaneamente, pretende-se outorgar a uma árvore ou a um rio putativos “direitos intrínsecos” e o estatuto de “organismo vivo”.

Portanto, a “segunda realidade” do Aquecimento Global Antropogénico é uma das várias construções ideológicas da era pós-comunista no sentido da continuidade da utopia igualitarista e totalitária. O utilitarismo exacerbado de Peter Singer é outra “segunda realidade” pós-comunista; e todas elas passam pela desvalorização ontológica do ser humano com fundamentação nas teorias não corroboradas de Malthus e de Darwin.

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