Sócrates – Nietzsche, você que é um literato, e diz que estudou a retórica e a linguagem, diga-me: ¿o que é a “verdade”?
Nietzsche – A verdade é um exército móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos, em suma, um conjunto de relações humanas que foram poética- e retoricamente consagradas, transpostas e ornadas, e que, no termo de um longo uso, parecem firmes a um povo, canónicas e obrigatórias. As verdades são ilusões que esquecemos que o são, metáforas que perderam a sua força sensível, moedas que perderam o seu cunho e passam a ser consideradas, não moedas, mas metal.1
Sócrates – ¿E será que a sua definição de “verdade” é verdadeira?
Nietzsche – Sem dúvida alguma! A “verdade”, para o comum dos mortais, é conforme a acabei de definir.
Sócrates — Mas os critérios dessa definição de “verdade”, ¿também não se aplicam à sua “verdade”?
Nietzsche – Claro que não! Eu não sou um mortal comum: sou um super-homem.
Nota
1. Definição retirada do ensaio de Nietzsche “Da Verdade e da Mentira na acepção extra-moral”.
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