domingo, 27 de setembro de 2015

A diabolização da metonímia

 

Alguém colocou o seguinte comentário sobre um verbete que aborda uma opinião de Olavo de Carvalho:

“Olha mais num tipico pensador metonímico de dois neurônios. pró ou contra.

Onde no texto onde o Olavo fala que temos que combater o gayzismo esse panaca não entendeu? Claro que Luiz Mott não se encaixa porque ele não é um mero homossexual, mas um gayzista militante, e quanto aos pedófilos, a pedofilia é crime, ao contrário do homossexualismo entre adultos. Onde ele se refere á pedofilia? Ou foi voce quem introduziu no texto dele?

Putz mas como tem idiotas neste mundo!”

“Pensador metonímico”. ¿O que é um “pensador metonímico”? Desde logo, a metonímia assume, no comentário, um cariz negativo; ¿e por que razão? ¿o que é uma metonímia?

A metonímia é uma figura de retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual se liga por uma relação lógica ou de proximidade. A metonímia baseia-se na analogia.

Ou seja, a metonímia pode estar intimamente ligada à “analogia” — que não é a mesma coisa que “comparação”.

O raciocínio por analogia (indução) não tem em si mesmo um valor formal (matemático); mas a analogia é segundo Platão, “o mais belo de todos os nexos”, e é indispensável à ciência. Sem analogia não há ciência; e a metonímia é a forma de tradução, na linguagem, da analogia. A diabolização da metonímia acaba por traduzir, no limite, uma negação radical da ciência.

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