A diferença entre o Anselmo Borges e Jeremy Corbyn

 

O socialista inglês Jeremy Corbyn sugeriu que, nos transportes públicos, passassem a existir carruagens só para mulheres. 99,9% das feministas do Reino Unido concordam com ele, e maioria das feministas em todo o mundo, também. A minha posição sobre esta questão é pacifica: se adoptarem essa medida, não só a aceito como até concordo com ela — embora eu pense que também deveriam existir escolas femininas desde instrução primária até ao 9º ano de escolaridade.

Portanto, o socialista Jeremy Corbyn sugere uma discriminação para proteger a mulher do assédio sexual. Ou seja, existe um mal (a discriminação) por causa de um bem superior a esse mal (a protecção da mulher).¹

Na proposta de Jeremy Corbyn há um valor superior: proteger a mulher dos constantes assédios sexuais; e, por outro lado, tem a vantagem de não adoptar leis repressivas em relação ao homem — leis do género de colocar a polícia a dar porrada no homem que assediou uma mulher. E, ademais, tem um papel pedagógico: as carruagens só para mulheres, não sendo obrigatórias, passam a ideia aos homens, em geral, de que a mulher tem o direito de não ser incomodada com propostas sexuais de desconhecidos.

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O Anselmo Borges escreve aqui que o "papa Francisco" não pretende “excluir ninguém” da Igreja Católica, e que por isso ele (o "papa Francisco") defende que “os divorciados e recasados e recasados e recasados e recasados e recasados e voltados a recasar”, por um lado, e os “casais” gays, por outro lado, deveriam receber a comunhão eucarística.

Ao contrário da proposta de Jeremy Corbyn, que coloca um valor superior (a protecção da comunidade feminina) acima de um mal (a discriminação), o ex-padre Anselmo Borges descura um valor superior (a protecção da comunidade católica) e prefere assumir um valor inferior ao da protecção da comunidade católica em geral: em nome da “não discriminação”, ele e o "papa Francisco" preferem passar a ideia segundo a qual o casamento não tem o valor que a Igreja Católica sempre defendeu, e que não passa de um contrato patrimonial.

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Nota
1. Não devemos confundir a proposta de Jeremy Corbyn, por um lado, com o sistema de quotas das mulheres imposto coercivamente nas empresas privadas, por outro lado. O sistema de quotas coloca em causa o mérito; as carruagens só para mulheres não tem nada a ver com o mérito profissional das mulheres e dos homens.