Segundo o director-geral da Saúde, Francisco George, “muito mais de 20% dos cidadãos procuram terapias não-convencionais”; 1 e por isso,
« A Lei de 2003 “pretendeu acabar com a má prática da medicina não-convencional”, bem como “disciplinar o sector”, afirmou. Do mesmo modo, a regulamentação dessas terapias, em 2014, surgiu com o objectivo de “reduzir os efeitos negativos das más práticas, em nome dos interesses da saúde”.»
→ Pseudo-ciência usa linguagem científica para confundir as pessoas
Ou seja: segundo o raciocínio de Francisco George, se 20% da população acreditasse em bruxas, os hospitais públicos deveriam ter de plantão uma bruxa a tempo inteiro. O argumento é ridículo: havendo 20% da população que acredite em bruxas, há que regulamentar por lei o “estatuto curativo” da bruxaria.
O problema da democracia é este: se é o povo que mais ordena, então é o povo que define — por exemplo — o que é ciência. Um dia destes ainda vamos ver o professor Karamba a dar aulas na faculdade de medicina de Lisboa.
Nota
1. Argumentum ad Numerum
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