terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O nacionalismo dos deuses pagãos de Wagner através de Nietzsche

 

Um leitor perguntou o seguinte, nesta apostila:

¿Esse “paganismo nacionalista” deriva directamente da “Nouvelle Droite” francesa?


O Estado Novo de Salazar tinha duas facções distintas: os monárquicos absolutistas do Integralismo Lusitano (António Sardinha & Cia.), por um lado, e por outro lado o apoiantes de uma espécie muito menos virulenta do fascismo italiano aplicado no Portugal republicano (por exemplo, através das ideias de Marcello Caetano).

Estas duas facções estavam em conflito permanente entre si (segundo as memórias de Marcello Caetano), embora defendessem ambas uma organização corporativista da sociedade. Salazar tirou partido dessa rivalidade, e foi de certa maneira o árbitro desse conflito ideológico.

Ambas as facções tinham uma visão instrumental (embora diferentes) da Igreja Católica; esta era concebida como um meio para atingir determinados fins políticos.

O PNR (Partido Nacional Renovador) pretende ser o herdeiro ideológico sintético dessas duas facções.

Portanto, aquilo a que incorrectamente se chama de “fascismo” do Estado Novo teve causas endógenas (o absolutismo monárquico do Integralismo Lusitano) e causas exógenas (a importação do corporativismo fascista italiano).

Com a ascensão ao poder do partido nazi na Alemanha em 1933, e principalmente a partir da deflagração da II Guerra Mundial em 1939, a elite do Estado Novo dividiu-se de novo: os gemanófilos, que apoiavam Hitler, por um lado, e os anglófilos que apoiavam os ingleses, por outro lado. Esta nova divisão era transversal aos monárquicos absolutistas e aos corporativistas republicanos da ruling class, embora o apoio a Hitler tivesse mais adeptos entre os republicanos como, por exemplo, Marcello Caetano.

O “paganismo nacionalista” actual na Europa teve origem nessa corrente política germanófila, tanto em França, como em Portugal, como em Inglaterra por exemplo através do BNP. E tanto é verdade, que os deuses simbólicos dos nacionalistas pagãos, ou são uma emulação dos deuses pagãos de Wagner e Goethe através da adopção de Nietzsche como profeta, ou são uma cópia “nacional” deles.

8 comentários:

  1. Quem quiser perceber melhor o neopaganismo no movimento nacional-socialista alemão, só tem de ler as "Raízes Ocultistas do Nazismo" de Nicholas Goodrick-Clarke:

    http://www.wook.pt/ficha/raizes-ocultistas-do-nazismo/a/id/85428

    Quanto à Frente Nacional, ainda não vi ou encontrei qualquer prova de que esta seja pagã, no sentido de andar a fazer propaganda a religiões europeias pré-cristãs, ou andar a fazer cerimónias neopagãs como se fazia na Alemanha Nazi.

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    1. Você também não consegue fazer prova de cultos pagãos no PNR (Partido Nacional Renovador). Mas se você quiser, eu arranjo-lhe testemunhas.

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    2. Juro-lhe que no PNR não tenho conhecimento de nada disso. Mas sei que há por lá alguns neopagãos que gostam muito de religiões nórdicas que, de resto, não fazem mal a uma mosca.

      A minha ninguém me pode acusar de ter simpatias pelo Nazismo, pois sempre combati esses idiotas e até já fui ameaçado e ofendido por alguns cromos neonazis.

      O Nazismo é um anti-nacionalismo, pois não respeita as nações, antes pretende subjugar todas as outras nações ao domínio de uma única Nação.

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    3. Você não tem conhecimento, mas eu tenho. Lidei de muito perto com alguns blogues ligados ao PNR (Partido Nacional Renovador), durante a última década.

      Entretanto, o PNR (Partido Nacional Renovador) tentou mudar a face; mas a História não se apaga.

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  2. Pesquisas rápidas (CTRL+F) nos textos introdutórios do PNR (sessão "quem somos" do site) não acusam ocorrências de palavras-chave como "Crist" (que poderia remeter "Cristo", "cristão" ou "cristianismo"), "Jesus", "Católico/a" ou "Igreja". A ferramenta de pesquisa do site, por sua vez, acusa apenas referências passageiras.

    Não se trata de um movimento católico.

    Então pergunto: como pode haver renovação sem a restauração da Fé Cristã? Portugal é de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora. Portugal é uma terra especialmente abençoada, em que a Mãe de Deus desceu para nos advertir e auxiliar.

    Vejo que muitos, nesses movimentos nacionalistas, se apresentam como católicos, mas na verdade veem a Fé como mero elemento de identidade cultural - não mais do que a história ou o idioma, por exemplo -, útil como instrumento de coesão social. ISSO É SUMAMENTE BLASFEMO E ATEU.

    Dizem-se católicos, mas não creem que Jesus Cristo é Deus e ressuscitou, que ele está realmente presente na Eucaristia, que a Satnta Missa é a renovação do sacrifício de Jesus no Calvário, que milagres acontecem, que Nossa Senhora, os anjos e os santos intercedem em nosso favor... etc. Tudo isso não são mais que lendas e costumes piedosos, que devem ser respeitados porque fazem parte da identidade nacional. São ateus e não sabem!

    Mas não escrevo essas coisas para maldizer o movimento e seus seguidores. Vejo que há gente de valor aí. Gente que preza muito pela pátria, pela família, pela moral, e que está justamente incomodada com a situação do mundo.

    Mas eu lhes advirto: nada será restaurado sem a restauração da Fé. Porque a razão pela qual devemos proteger a família é que Nosso Senhor santificou o matrimônio; a razão pela qual devemos combater a sodomia é que Deus a abomina; e a razão pela qual devemos combater os maometanos é que eles veneram um impostor, adoram um demônio e são inimigos de Deus.

    Rogo a todos os nacionalistas: não se deixem levar por tolices pagãs. Implorem a intercessão infalível de Nossa Senhora, voltem à Fé em que foram batizados, amem a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor de Deus. Confessem abertamente sua Fé e combatam os erros dos hereges, apóstatas e infiéis.

    E obedeçam à Igreja - o que significa dizer: obedecer ao que vinha de Roma antes de 28 de outubro de 1958, pois a Santa Sé foi também tomada pelos mesmos servos de satanás que promovem o o caos social, político e econômico aqui fora. Não esqueçamos contudo que essas coisas foram profetizadas. Isso deve infundir-nos coragem, com a lembrança de que o Senhor está sempre no controle, e se permite o mal, é para castigar os pecadores e dar a todos oportunidades de merecer o Céu.

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  3. http://promariana.wordpress.com/2011/12/08/dia-da-imaculada-conceicao/

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  4. Quero já agora apelar a que por favor, nesta hora tão crucial para o nosso futuro, os nacionalistas não se dividam em guerras internas. Eu sei que a Frente Nacional não é perfeita, mas é o que temos e é possivelmente a última oportunidade para meter as coisas em ordem na Europa.

    Estamos à beira do fim como povo e Civilização, enquanto os nacionalistas andam já a batalhar-se entre si, a esquerda e a direita liberal já andam a planear a nossa destruição com "frentes republicanas" e propaganda em massa para lavar a cabeça às pessoas.

    Apelo por isso à cooperação entre todos os patriotas e nacionalistas e peço que por favor deixem de lado as divisões que não levam a lado nenhum e saibam trabalhar em conjunto para se poder atingir o bem comum. Isto também vale para pagãos, cristãos, monarcas e republicanos, já chega de guerras e perseguições mútuas que não levam a lado nenhum.

    Enquanto andam aqui nisto, a comunalha está a planear a melhor forma de acabar connosco todos de uma vez por todas. O Hollande já está a fazer esquemas com o Sarkozy e sabe Deus o que aí vem a seguir, pois esta gente é capaz de tudo...

    A união faz a força, todos sabemos disso. Não é hora de divisões, mas sim de união.

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  5. Caro João, compreendo a necessidade de união. Como eu disse, não maldigo o movimento. Ele é fruto de uma revolta muito justa da parte de homens de valor - se não fossem de valor, não se revoltariam com a sabotagem promovida pela elites, mas a aceitariam passivamente ou, pior, contribuiriam com ela.

    Mas precisam meditar, com toda a boa vontade, o que foi dito acima. E não devem, levados por fantasias pagãs, impedir uma eventual guinada do movimento nacionalista - SE DEUS O QUISER - para uma direção católica.

    Pois a Fé de Nosso Senhor Jesus Cristo é infinitamente mais do que um elemento da identidade cultural portuguesa. É a própria Verdade. E Portugal é uma terra especialmente abençoada por Deus. Pertence a Nosso Senhor e a Nossa Senhora.

    Da mesma forma, os católicos simpáticos às causas nacionalistas, mas antipáticos ao seu paganismo, devem ter, até onde permitir o amor a Deus, paciência com aqueles que, mal catequizados pela seita modernista que tomou conta do Vaticano e seduzidos por contos românticos, abandonaram a Fé em que foram batizados e, ainda que movidos pelas razões erradas do nacionalismo ateu, levantam as bandeiras certas do amor à pátria e á família.

    Saudações.

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