terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

As objecções ao argumento de Plantinga, pelo Domingos Faria

 

O Domingos Faria escreve aqui um artigo sobre o argumento de Plantinga acerca da incompatibilidade entre o naturalismo e o evolucionismo. Eu já tinha escrito um outro verbete em 2008 acerca do mesmo assunto.

O Domingos Faria apresenta objecções ao argumento de Plantinga:

“Como objecção imediata a esta argumentação pode-se alegar, tal como Dennett (2011, p. 35-36/51-52), que os nossos cérebros são mecanismos sintácticos que são concebidos pela evolução para localizar a verdade. Deste modo, a evolução por selecção natural, com o pressuposto de que não é orientada, tal como explica por que razão os corações são altamente fiáveis na função de bombear o sangue ou por que razão os olhos são altamente fiáveis a percepcionar o meio envolvente, também explica por que motivo as crenças que são provocadas por esses olhos ou por outros sentidos são altamente fiáveis na função de obter a verdade”.

sapoDamos o exemplo de um sapo, que alegadamente foi objecto de evolução.

Um sapo come insectos; mas ele (o sapo) só vê os insectos que se mexem. Se uma formiga estiver a dois centímetros da boca dele mas estiver imóvel, o sapo não a “vê” e, portanto, não a come. Ou seja, o olho do sapo foi programado pela “evolução” para detectar apenas o movimento.

Portanto, a ideia segundo a qual os órgãos sensoriais são “altamente fiáveis” para detectar o meio-ambiente (ou a Verdade, no ser humano) em função da evolução, é um sofisma. Não se trata apenas de crenças: trata-se sobretudo de limitações orgânicas.

É certo que se a fisiologia humana não tivesse alguma correspondência com a Realidade, o ser humano seria extinto. Mas isso não significa que os mecanismos de sobrevivência sejam “altamente fiáveis” — como vimos no exemplo do sapo.

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