sábado, 27 de fevereiro de 2016

O Anselmo Borges e a eutanásia: uma no cravo, e outra na ferradura

 

“E é bom reflectir que, quando o que está em causa é viver ou morrer, não se pode pretender impor-se aos outros, para vencer a todo o custo.”

Anselmo Borges

A minha liberdade e a minha autonomia impedem-me que eu seja moralmente co-responsável pelo suicídio dos outros. E quando o Estado transforma o suicídio em lei, normaliza-o (transforma-o em norma). E mais: todos os cidadãos passam a pagar, através dos seus impostos, o suicídio legalizado nos hospitais do Estado.

O teólogo H.M. Kuitert escreveu: "O direito à vida e o direito à morte é o núcleo da autodeterminação, é um direito inalienável e inclui a liberdade de decidir sobre o quando e o como do nosso fim, em vez de entregar essa decisão a outros ou ao resultado da intervenção médica."

O problema não é esse. Não há ninguém que possa impedir que alguém se suicide. O problema é de que os defensores da legalização da eutanásia pretendem a corroboração e anuência social do acto do suicídio — como diz o Pedro Arroja: “querem companhia”: não aceitam o facto de que um ser humano nasce e morre sozinho. É nesta pretensão de corroboração social do suicídio que está a infinita perversão da normalização da eutanásia.

Chegamos ao total absurdo de termos uma lei que manda internar pessoas (em manicómio) que se tentam suicidar (a Lei 36 de 1998), e depois defende-se que o Estado pague o suicídio do cidadão. Vivemos em uma sociedade que é dirigida por psicopatas que a comandam a partir de dentro de um manicómio situado no Terreiro do Paço.

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