sexta-feira, 21 de abril de 2017

O Bispo D. Carlos Azevedo gosta mais de “aparições” concretas do que de “visões” platónicas

 

O D. Carlos Azevedo gosta mais de “aparições” do que de “visões”. Ele é mais para o concreto, e menos para o platónico. Que ganhe juízo, que já tem idade para isso.

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Quer o Bispo dizer: uma pessoa vê (tem visões); mas aquilo que a pessoa vê, não aparece (não é aparição). Por exemplo, eu vejo o Manel, mas o Manel não é uma aparição: é apenas uma visão. Eu penso que vi o Manel, mas não o vi — porque não convém ao Bispo que eu tenha visto o Manel.

E o bispo, à laia do Groucho Marx, pergunta-me:

“ ¿Acreditas no que os teus olhos mentirosos vêem, ou naquilo que eu te digo?”

E como ele é Bispo e tem uma autoridade de direito concedida pela Igreja Católica do Vaticano II, eu começo a duvidar daquilo que vi; se calhar, o Bispo tem razão: o que eu vi não era o Manel! Era apenas uma visão do Manel que não existe de facto.

Talvez o Manel não exista senão na minha tola. Talvez não seja má ideia que eu dê entrada num manicómio; e com jeitinho, arrebanha-se, em campos de concentração para insanos, aquela gentalha toda católica que se reúne em Fátima, e que não gosta de gente com « passiones ignominiae », « usum contra naturam » e « turpitudinem operantes » (Romanos 1, 26-27).

É um Bispo intelectual. É tão intelectual que entra pela metafísica da linguagem adentro:

"Basta pensar que Maria, Mãe de Jesus, não aprendeu português para dialogar com Lúcia, para nos interrogarmos sobre como acontece o processo comunicativo do que se entende por visão".

Fátima: "Não foram aparições, foram visões"

Numa altura em que nas universidades americanas se estuda a transmissão de pensamento independentemente do idioma utilizado, o Bispo vem dizer que “Maria não aprendeu português para dialogar com Lúcia”. E isto para não falar na telepatia que é estudada há décadas pela psicologia.

É curioso que o Anselmo Borges também pensa da mesma forma que o Bispo: temos o Anselmo Borges, que defende a legalidade do aborto, e o Bispo gay, os dois a ler pela mesma cartilha da Nova Teologia e da Teologia da Libertação. Les bons esprits se rencontrent...

No mínimo, são « turpitudinem operantes », aqueles dois manguelas. Aliás, acerca deste assunto da “visão” e da “aparição” em Fátima, já escrevi aqui, ou seja, já reduzi esse argumento — do Padre abortista e do Bispo gay — ao absurdo.

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