“De todas as mentiras democráticas, nenhuma mais irrisória do que a da soberania do povo. Da soberania advém a faculdade de declarar o interesse nacional e o poder de o defender; mas o povo nunca atinge o grau de consciência e a unidade de pensar que o exercício da soberania exige”.
É exactamente este o argumento invocado pelos euro-federalistas — da laia do Paulo Rangel, por exemplo — para justificar a alienação da soberania portuguesa em favor da soberania (não-representativa) do leviatão da União Europeia sobre Portugal.
Ou seja: todo o argumento político absolutista (a nível nacional) pode se invocado para aniquilar a soberania nacional em favor de um poder supra-nacional (também este) absolutista.
Até ao reinado de D. Pedro II, sempre existiram Cortes em Portugal; ou seja, o absolutismo político (propriamente dito) não existia em Portugal até ao início do século XVIII. Foi no fim do reinado de D. Pedro II que as Cortes se foram tornando raras, sendo abolidas no reinado do seu filho D. João V.