segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Carlos Fiolhais está muitas vezes errado, mas ele não sabe

 

O Carlos Fiolhais está muitas vezes errado; mas ele é das poucas pessoas que não reconhece o seu erro.

Escreveu ele:

“O cientismo ou cientificismo é uma doutrina filosófica que teve origem em França no séc. xix (o termo original é scientisme), que defende o primado, para não dizer mesmo a exclusividade, da ciência empírica na aquisição de conhecimento”.

Anticientismo - Uma entrada do "Dicionário dos Antis"

A correcta definição  (noção ) de “cientismo” é a seguinte:

Atitude intelectual que se desenvolveu a partir da segunda metade do século XIX e que concede um valor absoluto ao progresso científico”.

Depois, podemos adicionar o seguinte ao conceito de “cientismo”:

O cientismo concede à ciência o monopólio do conhecimento verdadeiro e atribui-lhe a capacidade de resolver progressivamente o conjunto dos problemas que se apresentam à Humanidade. A noção de cientismo foi fundada por Augusto Comte, com o Positivismo (o Positivismo, este sim!, é uma doutrina!, e não o cientismo).

Segundo Karl Popper, o cientismo é a crença dogmática na autoridade do método científico e nos seus resultados, que é totalmente errada porque dirigida contra o método crítico da ciência da natureza ou contra os grandes cientistas.

Portanto, o cientismo não se circunscreve à “ciência empírica” (como diz o Carlos Fiolhais) — até porque há positivistas que não são exclusivamente empiristas (por exemplo, Ernst Mach, ou mesmo o Bispo irlandês Berkeley, são dois exemplos de positivistas que não se reduzem ao empirismo), por um lado; e por outro lado, o cientismo abrange teorias ditas “científicas” que não são falsificáveis (princípio da falsificabilidade) , como por exemplo o conceito de “macro-evolução” neodarwinista, ou a teoria do Aquecimento Global Antropogénico, ou ainda a moderna “teoria de género” (Ideologia de Género).

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