sexta-feira, 16 de julho de 2021

O romantismo que os me®dia apregoam e propagandeiam


Eu tenho um sério enviesamento lógico, na minha forma de pensar; talvez por isso, textos como este são-me de difícil assimilação.

Por exemplo, não me parece que seja plausível colocar, em um mesmo plano de avaliação crítica, um texto de Camilo Castelo Branco (um romântico, tal como Rousseau antes dele) e outro do Padre António Vieira (um clássico, na forma de pensar).

“O clássico é a saúde; o romantismo é a doença” (Goethe)

O romantismo continua a ser o combustível ontológico que alimenta a actual Esquerda (e o politicamente correcto) — pelo menos no que diz respeito à ideologia.

agir-webA actual cultura de auto-vitimização (politicamente correcta e de Esquerda) e o narcisismo exacerbado, são próprios do romantismo da segunda metade do século XVIII, e inclui (tal como aconteceu no século XVIII) uma revolta contra os padrões éticos e estéticos em vigor na sociedade.

Assim escreveu Bertrand Russell: “O homem de sensibilidade [ou seja, o romântico do século XVIII) choraria ao ver a miséria de uma só família camponesa, mas ficaria frio diante de um plano bem gizado para melhorar a sorte do camponês, inserido na sua própria classe” [História da Civilização Ocidental].

O homem culto da segunda metade do século XVIII tinha “uma tendência para a emoção, em especial a da simpatia” (idem). Ora, é este tipo de “homem de sensibilidade” (o “homem culto” actual) que controla a ideologia dominante da Esquerda actual (o politicamente correcto ou marxismo cultural, e a “cancel culture”).

O romântico é sempre do contra (em tudo: na ética, na estética, na cultura, na política, etc.), independentemente das consequências; é do contra, porque sim!.

Para o romântico do século XVIII (Rousseau et Al) e para os românticos actuais (por exemplo, as ideologias do Bloco de Esquerda ou Partido Socialista), o erro humano não advém da psicologia humana (o erro não se deve a culpa própria), mas antes advém dos padrões de valores dominantes na cultura e na sociedade (a culpa é da sociedade).

Por isso é que a Esquerda “progressista” (marxismo cultural), nos Estados Unidos, diz que “a matemática é racista”: alegadamente, os negros têm mais dificuldade na matemática (quando comparados com os asiáticos, por exemplo), por culpa dos padrões de valores sociais (a culpa é sempre da sociedade).

Para o romântico, a culpa do mal é sempre dos outros. A genealogia do mal assenta na própria sociedade, da qual o romântico (de uma forma assumidamente superior) se auto-exclui.

A oposição ao capitalismo — tanto no século XVIII na guerra contra a burguesia, como no século XXI na guerra contra os judeus — é uma característica do romantismo. E, na medida em que (alegadamente) o romantismo pretende libertar o ser humano de convenções e da moralidade sociais, não se deu conta de que as soluções e alternativas que apresenta para a sociedade roçam a barbárie.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.