Já muita tinta se gastou acerca das escrevinhações no jornal Púbico de um outro estafermo causídico, que dá pelo nome de Carmo Afonso. Neste texto (ler em PDF) acerca da invasão russa da Ucrânia, o estafermo causídico incorre em diversas falácias, a começar pela
1/ falácia do NIN, ou a tipologia da “esquerda pré-diluviana”:
“Neste caso da invasão [da Ucrânia pela Rússia], não é que gostem do Putin, esse “capitalista”, como grazinou o Avô Jerónimo, mas o Putin é russo, era do KGB e da URSS, e o Sol do Mundo era lá para os lados de Estalinegrado, foi naquelas longitudes que eles foram formatados a esperar o “Homem Novo”, enfim, faz parte do seu sistema operativo.”
2/ depois, o referido estafermo “intelectual” invoca, como argumento, um maniqueísmo inexistente (uma falsa dicotomia) — porque o que está em causa com a reacção negativa à invasão russa não é, fundamentalmente, uma putativa luta moral do bem contra o mal, mas antes é o respeito (ou desrespeito) pelo Direito Internacional que está em causa.
3/ uma advogada que parece ter dificuldade em compreender a perigosidade da violação gritante do Direito Internacional, só pode ser indigente cognitiva.
4/ o argumento Tu Quoque: o estafermo diz, de uma forma implícita e subjacente, que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia pode ter sido justificada (por exemplo) pela invasão do Iraque pelas potencias ocidentais. Ou seja, para aquela trampa com olhos, um mal pode justificar outro mal.
5/ finalmente, o argumento dos “nazis da Ucrânia” (que é, de facto, um dos “argumentos” de Putin para invadir a Ucrânia) — um país com um presidente da república judeu.
Trata-se de uma falácia da generalização (e simultaneamente uma falácia da composição): basta que exista um só neonazi na tropa ucraniana, para que (segundo aquela avantesma) todos os membros das Forças Armadas se tornarem suspeitos de serem nazis.
A família do falecido Belmiro de Azevedo deveria ter vergonha do papel que desempenha na comunicação social em Portugal.
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