domingo, 27 de março de 2022

Os patrões portugueses pretendem transformar Portugal em uma espécie de Marrocos


Eu tenho conhecimento pessoal do que se passa no mercado laboral em Marrocos.


grupo pedreira marrocos


Em Marrocos, as operárias – nas indústrias do têxtil e do calçado — descontam 3% do salário para a segurança social, e praticamente não existem descontos dos patrões para o IRS das operárias; e elas trabalham ao Sábado, sem reforço de salário ou horas extras — ou seja, o salário que recebem (e que é pago semanalmente, e não mensalmente como na Europa), inclui já o trabalho ao Sábado.

O salário normal de uma operária marroquina (nas indústrias de calçado e têxtil) é de 62 Euros por semana (245 Euros por mês), oito horas por dia, pago a cada Sexta-feira.

Amiúde, os donos das fábricas têm, para cada posto de trabalho (por exemplo, uma gaspeadeira), duas operárias — uma efectiva e outra suplente —, porque acontece muito que, depois de receber o salário semanal à Sexta-feira, a operária falta ao trabalho na semana seguinte, e a operária suplente ocupa então o posto de trabalho vago temporariamente.

Esta é a “cultura de trabalho” da operária marroquina; mas os patrões estão-se borrifando para que elas faltem ou não, porque o que interessa é pagar salários de miséria.


“O grupo Pedreira, conhecido pela marca de calçado Nobrand, está a subcontratar o corte e costura dos sapatos em Marrocos por incapacidade de encontrar trabalhadores para as suas fábricas em Felgueiras. Sérgio Cunha, presidente do grupo, garante que tem uma das três linhas de produção parada e que já tentou contactar a Câmara de Felgueiras, procurando sensibilizar a autarquia para a necessidade de arranjar acomodação para imigrantes, mas sem sucesso. "Não tive resposta e lamento imenso porque isto iria dar riqueza e valor acrescentado ao concelho", defende o empresário.”

Falta de mão-de-obra leva grupo Pedreira a subcontratar em Marrocos

O que o patrão português pretende é ter mulheres imigrantes que trabalhem em Portugal com o salário das marroquinas. Temos que fechar as portas a “patrões” destes, e “exportá-los” definitivamente para Marrocos.

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