quinta-feira, 21 de abril de 2022

Não metam o Soljenítsin onde não é chamado


A ideia segundo a qual Soljenítsin defenderia a anexação da Ucrânia pela Rússia, é duplamente abusiva: desde logo porque não há nada, na obra dele, que possa fazer crer na defesa da conquista armada russa de territórios de povos com outras culturas; e depois porque Soljenítsin está morto desde 2008, e portanto ele não pode emitir opinião sobre a actual tentativa de anexação russa da Ucrânia.

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O único “intelectual” notório do actual regime russo, aqui revelado, é o Duguin (ou Dugin), que foi literalmente “cilindrado” por Olavo de Carvalho em um debate realizado entre os dois.

A doutrina de Dugin tem como fundamento/base a dialéctica de Hegel (da qual foi deduzida, mais tarde, a teoria do materialismo dialéctico de Karl Marx); e por isso é que, para Dugin, a concepção de “religião oficial” russa (Ortodoxa) é um monismo de tipo hegeliano: o “transcendentalismo russo” segundo Dugin, é imanente — em um país em que a religião oficial coincide exactamente com o Estado russo. E se o Estado russo se expande, a religião oficial ortodoxa russa expande-se com ele — ao contrário do que aconteceu com a Igreja Católica que possui uma dinâmica autónoma (muitas vezes em conflito com os Estados).

A ideologia de Dugin defende a hegemonia e a superioridade do povo russo sobre todos os outros povos do mundo; e defende esta ideia recorrendo à dialéctica de Hegel. Não é difícil desmontar esta ideologia.

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