Desta vez estou (parcialmente) de acordo com a Raquel Varela — coisa rara, aliás: há quem defenda que o piropo seja criminalizado (por exemplo, a Isabel Moreira), mas essas mesmas pessoas pretendem a normalização da prostituição.
A normalização da prostituição é mais do que o simples conceito de “legalização”.
A normalização conduz à prescrição de comportamentos. O que é “normal” é o que está conforme com a norma. A moral e a estética (esta, enquanto define o belo) fazem parte (em filosofia) das “ciências normativas”.
Uma norma é instituída em referência a uma medida em relação à qual são medidos os desvios (Curva de Bell), cuja amplitude afasta mais ou menos da norma — ou é instituída em referência a um ideal (o bem, o belo, o verdadeiro, são valores nominativos na área da ética, da arte, e mesmo da ciência).
Também concordo com a ideia de que as prostitutas não devem sofrer repressão policial; mas as redes de tráfico humano devem ser “barbaramente” combatidas pelo Estado.
Não devemos (o Estado não deve) confundir a prostituta, por um lado, e quem vive luxuosamente à custa dela, por outro lado.
Porém, para evitar que a prostituição se pratique na via pública e em qualquer local nas cidades (inclusivamente perto de escolas), sou a favor da delimitação geográfica da frequência de prostitutas (o que não significa legalização).
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