sexta-feira, 12 de abril de 2024

Ben Dupré e o relativismo radical de Wittgenstein


« Cada qual forja para si o mundo de beleza ou de fealdade em que habita. O que não significa que o Valor seja relativo, mas justamente o contrário, visto que mostra como cada ser, pelo acto de participar no Absoluto, cria de algum modo o absoluto de si próprio. »

Louis Lavelle (“Traité des Valeurs”)


A professora Helena Serrão transcreve aqui um texto de Ben Dupré (ficheiro PDF) que se refere a Wittgenstein, um pensador assumidamente homossexual.

Uma característica dos intelectuais homossexuais é (em geral, em juízo universal) o subjectivismo radical: a radicalização do subjectivismo é uma forma de colocar em causa a realidade objectiva ordenada pela Natureza de uma determinada forma, realidade essa que reduz a homossexualidade a uma anomalia ou a uma excepção (na identificação entre a cultura antropológica e a Natureza). Trata-se de uma tentativa de “desalinhar” a cultura antropológica, por um lado, e a Natureza, por outro lado.

O que diz o texto publicado pela professora Helena Serrão, resumindo, — seguindo o subjectivismo radical do homossexual Wittgenstein — é que “arte é aquilo que cada um quiser que seja”, na esteira do subjectivismo radical de David Hume, outro pensador homossexual.


“Não seria irracional que um homem preferisse a destruição do mundo, a uma esfoladela no seu dedo.”

David Hume


Através do conceito falacioso de “semelhança de família”, Wittgenstein destrói a ideia objectiva de “beleza”; ora, esta destruição do “belo” é absolutamente necessária para desestruturar a realidade mundana no sentido de acomodar (de uma forma privilegiada) a condição homossexual na cultura antropológica.

Com a noção do “belo” tradicional e cristão destruído, a condição da vivência homossexual (entendida em toda a sua dimensão prática) passa a ser tão válida como qualquer outra. E uma vez que a ética e a beleza são interdependentes, os pensadores homossexuais da contemporaneidade (em juízo universal) destroem também a ética cristã juntamente com a destruição da noção do “belo” existentes antes da Idade Contemporânea.

Em boa verdade, a tentativa de destruição dos conceitos cristãos de “belo” e de “bom” vem já da Idade Moderna: Montaigne, Espinoza, Hobbes, Locke, passando por Rousseau e Hume, ou seja, a tentativa niilista é anterior à Idade Contemporânea.

Na Natureza, não há “saltos”: a desestruturação cultural do “belo” e do “bom” (a revogação da ética cristã) é um processo contínuo. Wittgenstein é apenas um continuador da saga desconstrucionista e anti-natura que marca a “traição dos intelectuais” (Julien Benda).

Se separamos a ética e a estética, a discussão do “gosto” torna-se impossível. Ora, é esta impossibilidade de discutir o “gosto” que é objectivo do subjectivismo radical de Wittgenstein.

O autor supracitado (Ben Dupré) apresenta o postulado da impossibilidade de definir o “belo”, para a seguir justificar o subjectivismo radical de Wittgenstein.

Pela mesma ordem de razão, a impossibilidade de definir a “Realidade” pode ser a justificação da anti-ciência prevalente na ideologia política actual para negar uma estrutura da realidade formal e objectiva, em favor de um subjectivismo radical que desconstrói a própria Realidade (por exemplo, a Ideologia de Género).

Como escreveu Karl Popper, “a mosca que não conseguiu sair da garrafa é um perfeito auto-retrato de Wittgenstein”.

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