terça-feira, 2 de julho de 2024

A "Direitinha estercorosa" do João Távora


Convenço-me de que o João Távora é uma criatura desprezível. Aliás, já o suspeitava. É desprezível sobretudo porque escreve acerca de coisas de que não sabe, ou faz de conta que não sabe — o que vai dar no mesmo: “em política, o que parece, é”.

Escreve, ele:

«Acho muito salutar que se discuta a “cunha” e as suas potenciais perversidades numa sociedade que se quer igualitária em direitos e deveres – um mito, como sabemos

Ou seja, para aquela criatura, a luta contra a ilegalidade é um mito que decorre de uma qualquer utopia.

É esta "Direitinha estercorosa" (de que o João Távora faz parte) que se opõe ao CHEGA, e que apoia não só as teses da Esquerda mais radical, mas também as da Esquerda maçónica.


Até ao reinado de Dom Pedro II, que foi o precursor do Absolutismo em Portugal, o Rei concedia privilégios a indivíduos depois de consultadas as Cortes. Nunca, em Portugal, deixou de haver privilégios legais e dignitários desses privilégios. Ou seja, esses privilégios eram legais e até legítimos, na medida em que eram sancionados em Cortes.

Os privilégios concedidos pelo Rei poderiam ser retirados a qualquer momento, se se justificasse por qualquer motivo imperioso. Por exemplo, a traição à Pátria era motivo de retirada de privilégios pelas Cortes.


Nem na Idade Média a concessão de privilégios era ilegal. Mas esta gentalha defende a ideia segundo a qual é legítima a concessão de privilégios ilegais (vulgo “cunha”).

Dou um exemplo: até 2007, os professores descontavam para a Caixa Geral de Aposentações, em vez de descontarem para a Segurança Social. Os professores eram, então, objecto de privilégio por parte do Estado, que lhes foi retirado por José Sócrates com o apoio da "Direitinha estercorosa" liberal de que faz parte o João Távora.

À "Direitinha" liberal (PSD + CDS), incomodava-lhes os privilégios legais dos professores: e por isso juntaram-se a José Sócrates para acabar com a Caixa Geral de Aposentações.

O mesmo fenómeno uniu a "Direitinha" liberal (PSD + CDS) contra o sistema de saúde ADSE que concede privilégios legais (nomeadamente) aos professores. A ADSE tem os seus dias contados, em nome do igualitarismo ilegalista da "Direitinha estercorosa".

Ou seja, a "Direitinha estercorosa" é contra os privilégios legais, e a favor dos privilégios ilegais.

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