domingo, 8 de setembro de 2024

Quando é o Estado chinês a violar os preceitos “liberais” e “humanitários”, os “liberais” metem a viola no saco


Eu não sou apologista de um Estado forte — embora por razões diferentes das invocadas pelo Telmo A. Fernandes. A política sábia é a arte de fortalecer a sociedade civil, e (por isso) de debilitar o Estado.

O Telmo A. Fernandes sustém a narrativa do “pensamento mágico” (a fé metastática) da “mão invisível”. A habilidade do Homem-de-Estado liberal, considerado “inteligente”, reduz-se à aproximação, o mais lentamente possível, da previsível catástrofe social. Enquanto a catástrofe, que se adivinha, se vai adiando, o liberal vai defendendo o conceito da “mão invisível” na economia — até que a merda atinja a ventoinha.

A China impõe tarifas aduaneiras ao Ocidente, mas eu nunca vi o Telmo A. Fernandes comentar este assunto; o Donald Trump impõe tarifas aduaneiras à China, e o Telmo rasga as vestes. O défice comercial entre os Estados Unidos e a China foi negativo, para os americanos, em cerca de 400 mil milhões de Euros em 2017.

O critério “liberal” do Telmo não é biunívoco; quando é a China a violar os preceitos “liberais” e humanitários, o Telmo mete a viola no saco. Por isso é que a criatura “liberal” é intrinsecamente de Esquerda.

Aliás, todo o mundo hoje é de Esquerda (que alívio !!!!!).

A “Direita” liberal do nosso tempo não é mais do que uma Esquerda de outro tempo, mas desejosa de digerir em paz.

Tal como acontece com a Esquerda, a “Direita” liberal nunca atribui o seu fracasso a erros de diagnóstico, mas antes à (alegada) perversidade dos factos — e o esquerdista típico nega-se, peremptória- e obviamente, a reconhecer que as conclusões do pensamento burguês-liberal são os princípios do próprio pensamento da Esquerda.

A elite “liberal” — a tal dos negócios contratualizados sem ética — escreve hoje as partituras musicais da sua propaganda baseando-se em temas da Esquerda.

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