Vejam este vídeo de Mariana Mortágua no Twitter.
A Mariana Mortágua está sempre à espreita de apanhar qualquer coisa para se revoltar. “Se não é do cu, é das calças”, o que lhe provoca revolta. Ela está sempre atenta, à espera de uma qualquer razão para uma boa “revoltazinha”. Não há nada nem ninguém que possa apaziguar a Mariana Mortágua na sua constante demanda por uma revolta quentinha ou fresquinha, ad infinitum. A constante revolta é a razão de ser da Mariana Mortágua.
Sem uma boa revolta, a Mariana morre psicologicamente.
A revolta da Mariana Mortágua aumenta à medida que alguém pretende apaziguá-la. No mencionado vídeo, vemos toda a gente (na mesa) caladinha e em modo de apaziguamento, a escutar a douta senhora revoltada. E quanto maior é o apaziguamento à volta dela, mais se revolta e se exalta a criatura, quase entrando em um êxtase de indignação.
Em uma época em que está na moda a auto-vitimização, a revolta é a própria justificação da vitimização.
Por vezes, o sentimento de revolta é prazenteiro (a Mariana Mortágua quase entra em orgasmo, no seu discurso). O sentimento de revolta certifica que a pessoa revoltada tem uma moral superior, e que se preocupa com o estado do mundo.
A revolta da Mariana Mortágua concede-lhe uma vantagem psicológica sobre as outras pessoas em torno daquela mesa. As pessoas que escutam a Mariana Mortágua revoltada ficam com a ideia de alguma coisa de muito mal se passa no mundo e que esse mal lhes têm escapado; começam a experienciar um complexo de culpa, que é irracional por natureza.
A Mariana Mortágua revoltada assume-se mais sensibilizada em relação aos males e injustiças do mundo, em contraposição às outras pessoas na mesa que supostamente não estão sensibilizadas para tal.
Fica implícito, mediante o discurso revoltado da Mariana Mortágua, que as outras pessoas na mesa são complacentes em relação aos males do mundo, ou que são mesmo cúmplices desses males do mundo.
A Mariana Mortágua convida toda a gente a revoltar-se também, para que as pessoas não vivam numa atmosfera de constante acusação. O corolário da acção revoltada da Mariana Mortágua é a revolta geral, em que as pessoas acabam por seguir os tiques, os pensamentos, os sentimentos, os modos de expressão da Mariana Mortágua revoltada.