Na actual Europa, há dois tipos de Direita: a democrática — que defende a liberdade segundo os princípios defendidos por John Locke — e a antidemocrática — que existe na linha ideológica de Hobbes e de Rousseau.
Obviamente que partidos políticos como por exemplo o PSD e o CDS não pertencem à Direita, na medida em que são nítida- e ideologicamente controlados pela Esquerda.
Porém, o mesmo não podemos dizer, por exemplo, do partido alemão CDU/CSU de Friedrich Merz que, ao contrário de Angela Merkel, se tem demarcado da Esquerda alemã.
O partido alemão CDU/CSU actual é um exemplo de um partido que se afirma de Direita sem prestar vassalagem à Esquerda.
Há dois grupos distintos de partidos da Direita na Europa: 1/ os Reformistas e Conservadores Europeus, e 2/ os Patriotas pela Europa.
Do primeiro grupo fazem parte, por exemplo, o “Partido da Família” da Alemanha, o partido “Fratelli d'Italia” de Giorgia Meloni, o partido “Lei e Justiça” da Polónia, e o partido “Democratas Suecos” (Suécia).
Do segundo grupo fazem parte, por exemplo, o partido “Rassemblement National” de França (de Marine Le Pen et all), o partido “Fidesz” de Viktor Órban (Hungria), o partido “Lega Nord” de Umberto Bossi e Matteo Salvini (Itália), o partido “Partij voor de Vrijheid” de Geert Wilders dos Países Baixos (Holanda), o partido espanhol VOX liderado por Santiago Abascal, e o partido português CHEGA.
Verificamos, no segundo grupo, uma clara simpatia pela Rússia antidemocrática de Putin — ou seja, existe no segundo grupo uma simpatia por regimes autoritaristas —, nomeadamente o partido espanhol VOX que é financiado por Putin através do partido húngaro de Viktor Órban; o próprio partido “Fidesz” de Viktor Órban da Hungria que é claramente contra a União Europeia e a favor da Rússia de Putin; e o partido “Rassemblement National” de Marine Le Pen que se tem financiado através da Rússia de Putin.
O partido CHEGA (tal como o partido holandês “Partij voor de Vrijheid” de Geert Wilders) encontra-se no grupo errado, na medida em que estes dois partidos apoiam as sanções económicas internacionais contra a Rússia de Putin — o que não acontece com quase todos os partidos do grupo dos Patriotas pela Europa, que se posicionam a favor da Rússia e contra as sanções económicas.
Este apoio à Rússia, por parte da maioria dos partidos do grupo “Patriotas pela Europa”, inclui uma anuência tácita em relação à política de direitos humanos de Putin, nomeadamente o apoio tácito ou mesmo explícito à perseguição política dos dissidentes russos Vladimir Kara-Murza e Alexei Navalny, por um lado, e por outro lado o apoio claro ao terrorismo de Estado instituído por Putin.
O que é surpreendente é o facto de partidos ditos “de Direita” apoiarem o cripto-comunista Putin.
Que o comunista Lula da Silva apoie Putin, não me surpreende; mas que gente que se diz da Direita apoie um ex-agente da KGB, não lembra ao careca.
Alguns dos partidos do segundo grupo tendem para a implementação de sistemas políticos autocráticos e mesmo totalitários. Não merecem o meu respeito. A guerra cultural contra a Esquerda pós-estruturalista não justifica tudo.
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