Marcos Perestrello — e outras figuras moderadas do Partido Socialista, como por exemplo António José Seguro ou Sérgio Sousa Pinto — já “toparam” que gente como Isabel Moreira atrasa o Partido Socialista, ou seja, é altamente improvável que o Partido Socialista volte a ser governo com protagonistas de relevo como Isabel Moreira, Ascenso Simões, Ana Gomes, Pedro Delgado Alves, Alexandra Leitão ou Pedro Nuno Santos. O próprio Brilhante Dias subiu a pulso no partido no tempo da Geringonça.
Os socialistas moderados — que se situam no grupo dos “liberais de Esquerda” segundo a nomenclatura anglo-saxónica — têm (ou tinham) duas vertentes práticas (práxis) essenciais: 1/ a protecção especial das pessoas vulneráveis, e 2/ a promoção da igualdade social.
O actual Partido Socialista já não é “liberal de Esquerda”: em vez disso, é um partido radical de Esquerda que se identifica, por exemplo, com o Bloco de Esquerda e com o LIVRE — deixando ao PSD a janela política para ocupar o espaço do socialismo liberal.
Um exemplo de uma pessoa “liberal de Esquerda” é a autora inglesa J. K. Rowling que se opõe à Ideologia de Género para proteger as crianças e assegurar às mulheres os seus espaços privados.
Ademais, na sua qualidade de “liberal de Esquerda”, J. K. Rowling opõe-se também ao chamado “suicídio assistido”, por se preocupar com os riscos de coerção, por um lado, e por outro lado por causa da mensagem que a lei da eutanásia faz passar às pessoas mais vulneráveis.
O actual Partido Socialista é a antítese das posições éticas e políticas da liberal de Esquerda J. K. Rowling; o actual PS é o partido da Isabel Moreira: é um partido radical, ao nível do Bloco de Esquerda ou do LIVRE.