“O ressentimento social que alimentou o Bloco e o PC e que actualmente alimenta o Livre e o Chega é um problema sério para quem quer que seja que governe.”
Quando alguém compara o Partido Comunista ou/e o Bloco de Esquerda, por um lado, e o CHEGA, por outro lado, e no que diz respeito ao “ressentimento social”, ou é estúpido ou demagogo. No caso do Henrique Pereira dos Santos, quero acreditar que seja demagogo.
O ressentimento social, ou é baseado na realidade concreta, ou é baseado na utopia.
O Henrique Pereira dos Santos, que não parece ser estúpido, mete tudo no mesmo saco.
Por exemplo, o combate à corrupção generalizada — defendido pelo CHEGA — é uma forma de manifestação de um ressentimento social racional baseado na política factível; já a construção de um paraíso na terra baseia-se em uma utopia que se alimenta de um ressentimento social irracional.
Ora, o Henrique Pereira dos Santos, que não parece ser estúpido, confunde os dois tipos de ressentimento social — e por uma razão claríssima: ele é capaz de se fazer de estúpido para assim poder defender a validade política da demagogia elitista e corrupta vigente.