Com todo o respeito pelo que se diz do Integralismo Lusitano, não é possível defender uma coisa e simultaneamente o seu contrário. Por exemplo, não é possível defender o Municipalismo e, ao mesmo tempo, defender a herança política do Rei D. Miguel (absolutismo monárquico) como fazem os “integralistas” portugueses. Ou são a favor da herança política de D. Miguel, ou são a favor do Municipalismo.
António Sardinha foi uma contradição com duas pernas. Era conforme ele acordava de manhã: num dia defendia o Municipalismo, e noutro berrava contra a monarquia constitucional e a favor do legado ideológico de D. Miguel. Assim não é possível chegar a lado algum, porque um ideário carece de credibilidade, e esta depende de um mínimo de coerência (porque é impossível uma total coerência ideológica).
Eu sou a favor do Municipalismo que, por sua vez, é incompatível com o absolutismo monárquico. Aliás, o absolutismo monárquico é uma “invenção” do movimento revolucionário: surgiu na Europa pelos ideólogos da Razão de Estado contra os defensores (franciscanos) do Poder Absoluto do Papa (Itália, França e Espanha do século XVI), por um lado, e, por outro lado, mais tarde desenvolveu-se na Europa continental (França, Prússia) contra a revolução e contra-revolução inglesas do século XVII (os puritanos Calvinistas de Cromwell contra anglicanos e vice-versa).
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