domingo, 23 de fevereiro de 2014

A palhaçada da política-espectáculo

 

Durante o fim-de-semana, as notícias nos canais de televisão por cabo não fizeram outra coisa senão directos do congresso do Partido Social Democrata. Parecia que o mundo tinha parado. Lembrei-me do asco de José Pacheco Pereira em relação ao futebol na televisão, e pensei: que venha o futebol!, em vez do absurdo de termos pelo menos três canais de notícias a transmitir ininterruptamente a política-espectáculo!

Os burros da política-espectáculo pensam que os me®dia metem a política pela cabeça dos cidadãos adentro. Mas o efeito é contrário: a indiferença. De tanto exagero só pode resultar a fuga do cidadão em relação à política. Podem transmitir 24 horas por dia durante meses a política-espectáculo do Partido Social Democrata de Passos Coelho, que quanto mais exagero, mais o tiro lhes sai pela culatra.

Existem hoje, em Portugal, duas realidades distintas uma da outra: a realidade vista pela classe política, e a realidade propriamente dita em que vive o povo real. E parece-me que estas duas realidades tendem a separar-se ainda mais. E não é a política-espectáculo que vai evitar essa tendência para o divórcio entre a classe política e o povo. A classe política ainda não percebeu que o povo português não é o mesmo de há uma dezena de anos.

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