sábado, 1 de março de 2014

A China é o paradigma a aplicar em Portugal

 

“As Finanças são um Estado prepotente (sem aspas nem metáforas), amoral, dentro de um país que tenta sobreviver à sistemática e brutal cobrança e aumento de impostos. Ainda vamos brevemente descobrir que boa parte do sucesso das exportações inclui também uma coisa óbvia: as mercadorias vão mas o lucro não volta. O Fisco está enganado se pensa que mete os empresários em campos de concentração fiscais (onde estão os trabalhadores por conta de outrem e pensionistas). O inimigo é comum - o Fisco. A ordem é "fugir". O ódio ao Estado é total. Lutar contra a carga fiscal é como militar na Resistência.”

finanças ss nazisPosso estar enganado, mas das duas, uma: ou Passos Coelho é burro (e talvez por isso é que ele precisa do apoio sistemático do espertalhão Miguel Relvas), ou Passos Coelho está à espera de ter um tacho dourado na União Europeia de Angela Merkel, à custa da destruição do seu próprio país (como aconteceu recentemente com José Luís Arnaut e com Vítor Gaspar).

Eu estou convencido que por detrás do verniz do discurso pseudo-complexo do economês, resplandece, viçosa, uma burrice sofisticada e bem trabalhada. Não me atrevo a dizer que Passos Coelho é traidor: é burrice, pura e simples — aquela burrice seguidista que alia o Fado e o Destino, por um lado, à “Maria vai com as outras”, por outro lado. Naturalmente que se juntarmos o burro Passos Coelho ao espertalhão Miguel Relvas, temos a esperteza saloia no Poder.

Há uma diferença entre “boa gestão”, por um lado, e “austeridade”, por outro lado. A boa gestão é austera, o que não significa que a austeridade seja o fim e o objectivo da boa gestão. A austeridade é um meio da boa gestão, e não um fim em si mesma. A austeridade, entendida com um fim em si mesma, só se explica ou em tempos de guerra, ou quando se pretende destruir um país e espoliar um povo inteiro, reduzindo-o à submissão política e psicológica. No segundo caso, estamos em presença de uma guerra sem tanques.

Quando a austeridade é entendida como um fim, a própria dinâmica da austeridade é imparável, ou seja, vai consumindo meios e recursos em uma lógica interna austeritária que vai comprimindo a economia e cilindrando a sociedade. A política de austeridade, quando entendida como um fim, é uma forma de igualitarismo: cilindra a sociedade e mede tudo pela bitola mais baixa possível, instituindo uma forma de ditadura igualitarista (uma espécie de sinificação ou emulação da China), em que existe uma casta que escapa aos efeitos da austeridade sistémica. Estamos a caminhar para uma espécie de fascismo suave, em que a ditadura austeritária se explica por razões económicas e financeiras, e não já por razões nacionalistas como aconteceu no passado.

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