“Gerou-se à minha volta um clima de desconfiança da parte das chamadas classes conservadoras, que era alimentado por uns tantos intrigantes acolitados por numerosos patetas.”
— Marcello Caetano, “Minhas Memórias de Salazar”, 2000, Edit. Verbo, página 714
“Estes rótulos da esquerda e da direita têm hoje muito pouco sentido e mais uma vez no decurso da minha vida pública me recusei a aceitá-los.
Disse quando era Ministro da Presidência num conselho de ministros e repeti em público quando Presidente do Conselho que esquerda e direita são palavras equivocas e susceptíveis de qualificar posições não incompatíveis.
Na verdade, sempre fui partidário da reforma social, não me conformando com estruturas defeituosas, injustiças consolidadas, costumes políticos condenáveis ou práticas económicas viciosas. E se o que caracterizava o homem da esquerda é o inconformismo com o que está errado na organização social e o desejo ardente de corrigir, emendar, melhorar com o fito de construir uma sociedade mais perfeita, eu não me recuso a ser colocado à esquerda.”
— Marcello Caetano, idem, página 716.
Nota: eu comprei e li os livros de Marcello Caetano, mas não me passa pela cabeça ser um “especialista do Estado Novo”. Mas há por aí uns patetas que leram um livrinho dele e já se consideram “especialistas do Estado Novo”.
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