domingo, 12 de outubro de 2014

Passos Coelho aplica a Teoria da Relatividade de Einstein à economia portuguesa

 

Na Teoria da Relatividade, a realidade do universo, o espaço e o tempo dependem da posição e da velocidade do observador. A genialidade de Passos Coelho foi a de adaptar a Teoria da Relatividade à economia portuguesa: os números da economia dependem da interpretação do observador.

Isto significa que Passos Coelho descobriu que, em economia, não existe qualquer número absoluto, e por isso todos os números estão correctos na medida em que dependem da posição do observador no contexto da urdidura do espaço-tempo. E mais: os números da economia dependem da curvatura do espaço-tempo determinada pela massa dos corpos: quanto mais massa está em questão, mais curvos são os números da economia. E quando se trata de uma pipa de massa, Passos Coelho cria um buraco negro que absorve não só a luz como qualquer tipo de informação.

Cheguei à conclusão de que o comité Nobel ainda não deu um prémio a Passos Coelho porque não tem a certeza se lhe conceda o da economia ou o da física — porque Passos Coelho criou uma nova disciplina: a economia quântica. Para além da Teoria da Relatividade, Passos Coelho foi mais longe e aplicou a quântica à economia. Por exemplo: ¿quanto custam os salários dos reformados ao país? Aplicando o princípio de Kant segundo o qual devemos interrogar a Natureza, Passos Coelho partiu para a investigação científica. E chegou a várias conclusões:

Assim como uma partícula elementar subatómica não é uma coisa, mas antes é uma relação abstracta entre acontecimentos, Passos Coelho descobriu que 1 Euro não é uma coisa, mas antes é uma relação abstracta entre Euros. E mais descobriu que a destruição de 1 Euro pode ser virtuosa na medida em que 1 Euro destruído pode multiplicar-se em diversos Euros idênticos — tal como acontece com a colisão subatómica entre partículas elementares: uma colisão entre dois electrões, por exemplo, destrói os dois de uma forma virtuosa, na medida em que dessa destruição surgem novos electrões iguais aos dois destruídos, ou até maiores.

A teoria da economia quântica, de Passos Coelho, teve os seus seguidores e criou escola: por exemplo, com João César das Neves. Criou um novo paradigma: quem não aceita a economia quântica pertence à Esquerda. Neste sentido, por exemplo, Adriano Moreira, Bagão Félix ou Miguel Mattos Chaves passaram a ser esquerdistas perigosos.

Este último, em particular, passou a ser um radical de esquerda, porque raciocina ainda em termos da física clássica newtoniana, quando chegou à conclusão de que as despesas com pessoal do Estado e com as reformas constituem apenas 15,5% do PIB e cerca de 34% das receitas dos impostos.

Ora, esta visão de Miguel Mattos Chaves é hoje considerada retrógrada e ultrapassada, na medida em que é uma visão absoluta da dimensão do espaço-tempo aplicada à economia que não tem em consideração a posição do observador na urdidura do espaço-tempo.

Ou seja, Miguel Mattos Chaves não segue o paradigma — porque, segundo Passos Coelho, quanto mais uma partícula elementar da economia está confinada no espaço, mais velocidade ganha! Assim, os Euros confinados nos espaços exíguos das empresas subsidiadas pelas autarquias do Partido Social Democrata, e das PPP (Parcerias Público-privadas) dos amigos de Passos Coelho, por exemplo, ganham uma velocidade tal que tornam os seus corpos opacos e, por isso, determinam a impenetrabilidade da matéria económica. Passos Coelho aplica aqui o princípio da força gravitacional à economia.

Não é por acaso que Angela Merkel considera Passos Coelho um génio em matéria económica. E foi por obra do Espírito Santo que o ex-ministro das finanças, Vítor Louçã Rabaça Gaspar, foi parar ao FMI: também ele seguiu a genialidade do guru Passos Coelho. Estamos todos, portanto, bem entregues!: só temos que ter fé no determinismo da economia quântica.

Adenda: para que eu não seja considerado de Esquerda pelos meus leitores, vou também abraçar a teoria da economia quântica de Passos Coelho. Nunca se sabe se não me calha um “tacho” qualquer.

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