O papa Bergoglio trata o povo português “abaixo de Cuba” — e espero que continue assim: é bom sinal; é sinal de que o povo português e a hierarquia da Igreja Católica portuguesa não vai na “cumbersa” politicamente correcta do papa Bergoglio.
Por exemplo, o Arcebispo de Havana é cardeal electivo (pode eleger o novo Papa), ao passo que o Arcebispo de Lisboa não é cardeal. Recorde-se que mais de 80% dos portugueses são católicos.
Em Fevereiro de 2015, o "papa Francisco" vai organizar um consistório para eleger novos cardeais electivos. É de esperar que o preconceito negativo do papa Bergoglio em relação a Portugal e aos portugueses continue a ser uma das suas marcas de água.
O Canadá, que é um dos países pioneiros do "casamento" gay e da eutanásia, e onde a maioria da população não é católica (só 40% são católicos), tem quatro cardeais electivos: três arcebispos e de outras tantas cidades, e o Perfeito da Congregação dos Bispos.
A Áustria, que tem uma percentagem de 75% de católicos em relação à população total do país, tem apenas um cardeal electivo: o Arcebispo de Viena.
A Bósnia, um pais com apenas 15% de católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo de Saraievo.
O Burkina Faso, que tem 19% de católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo da capital, Ouagadougou.
O Chile, onde apenas 66% da população é católica, tem três cardeais, sendo que um deles é electivo: o Arcebispo de Santiago do Chile.
A Colômbia, onde 80% são católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo da capital Bogotá.
O Brasil, onde 64% são católicos, tem quatro cardeais electivos: o Arcebispo da Aparecida, um Perfeito de uma Congregação (João Braz de Avis), o Arcebispo de S. Paulo, e o Arcebispo do Rio de Janeiro. No total, o Brasil tem dez cardeais, sendo que seis deles já ultrapassaram a idade de voto (oitenta anos).1
A Austrália, onde 25% são católicos, tem um cardeal electivo: George Pell, o Perfeito do Secretariado da Economia. A Bélgica, onde 75% são católicos, não tem nenhum cardeal.
A República Checa, onde apenas 10% são católicos, tem dois cardeais, sendo que um deles é electivo: o Arcebispo de Praga.
A Costa do Marfim, onde 32% são católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo da capital Abidjan. O Congo e a República Dominicana têm dois cardeais electivos. Até o Egipto, onde a comunidade católica é ínfima, tem um cardeal electivo: o patriarca Copta de Alexandria.
A França (mais de 80% de católicos) tem oito cardeais (o que é um exagero!) sendo que quatro são electivos: o Arcebispo de Lyon, o Arcebispo de Bordéus, o Arcebispo de Paris, e o Presidente do Conselho Pontifical para o Diálogo Inter-religioso.
A Alemanha (apenas 34% de católicos) tem dez cardeais! (o poder do dinheiro!), sendo que quatro são electivos: o Bispo de Mainz, o Arcebispo de Munique, o Arcebispo de Colónia, e o Perfeito da Congregação da Doutrina e da Fé (Gerhard Ludwig Müller).
O Gana, com apenas 13% de católicos, tem um cardeal electivo; e a Guiné Equatorial, com uma comunidade católica ínfima, tem outro cardeal electivo.
O Haiti, com 80% de católicos, tem um cardeal electivo nomeado pelo papa Bergoglio — e muito bem! —, o Bispo de Les Cayes. O que não se percebe é por que razão o Haiti é diferente de Portugal. Ou não se percebe por que razão Hong Kong, que praticamente não tem católicos, também tem um cardeal electivo: o Bispo de Hong Kong.
A Hungria, onde apenas 37% são católicos, tem dois cardeais, sendo que um deles é electivo: o Arcebispo de Budapeste. A Índia, onde a percentagem de católicos é ínfima e ridícula, tem cinco cardeais electivos. Até a Indonésia, onde apenas 3% são católicos, tem um cardeal electivo (o Arcebispo de Jacarta).
A Irlanda (com 85% de católicos) tem um cardeal electivos (e muito bem!); mas não se percebe por que razão a Irlanda tem um tratamento igual a Cuba, e Portugal tem um tratamento “abaixo de Cuba” (ou abaixo de cão).
O caso da Itália é extraordinário! 48 cardeais! — sendo que 25 são electivos! Podemos explicar este fenómeno pela proximidade (geográfica e histórica) da Itália em relação ao Vaticano, mas continua a ser um exagero.
O Quénia, com 23% de católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo de Nairobi. Mas o Arcebispo de Lisboa não é cardeal. O Líbano (21% de católicos maronitas) tem dois cardeais, sendo que um deles é electivo. A Lituânia, com 77% de católicos, tem um cardeal electivo (e muito bem!): o Arcebispo de Vilnius; mas o Arcebispo de Lisboa não elege ninguém.
O México, com 83% de católicos, tem apenas dois cardeais electivos! Por que razão o México tem menos cardeais electivos do que o Brasil onde apenas 64% são católicos?!
A Holanda, onde apenas 28% são católicos, tem um cardeal electivo: o Arcebispo de Utrecht. Mas o Peru, onde mais de 80% são católicos, também tem um cardeal electivo: o Arcebispo de Lima. Até a Coreia do Sul, com 7% de católicos, tem um cardeal electivo!
A Espanha tem 94% de católicos, mas tem dez cardeais (também é um exagero!), sendo que quatro deles são electivos: o Arcebispo de Madrid, o Arcebispo de Valência, o Arcebispo de Barcelona, e o Arcipreste de uma basílica qualquer.
Poderia continuar por aí afora. Com a morte do cardeal patriarca de Lisboa, Portugal não está representado no Vaticano.
Nota
1. O total da população é importante, mas também é importante a percentagem de adesão ao catolicismo. A nomeação de cardeais não pode ser feita apenas em função da “quantidade da horda”.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.