As pessoas que comentam nos me®dia a tragédia do Charlie Hebdo deveriam ler o Alcorão antes de dizer asneiras. Mas para além daquilo que está explícito e escarrapachado no Alcorão, há outras características do Islão que são mais difíceis de detectar pelo leitor incipiente.
1/ o dogma fundamental do Islão é a palavra incriada (não criada pelo Homem)
As palavras exaradas no Alcorão foram (segundo o Islão) ditadas directamente por Deus; e, alegadamente, existe mesmo um exemplar do Alcorão no Céu. E por isso Alá é o juiz supremo que legitima que mais de 200 versículos do Alcorão incitem directamente à violência e ao assassínio.
No Cristianismo, passa-se uma coisa muito diferente: os Evangelhos são assumidamente escritos por homens — os apóstolos — baseando-se nas palavras ouvidas de Jesus Cristo — assim como Platão escreveu o que ouviu de Sócrates.
No Islão, sem uma hermenêutica da Revelação chega-se invariavelmente ao terrorismo.
A liberdade, segundo o Islão, não é uma realidade moral: antes é uma submissão total e inegociável à palavra ditada directamente por Alá, o Alcorão. Se não houver inteligência no Islão, a fé conduz inexoravelmente à morte e ao assassínio.
2/ o profeta Maomé deve ser imitado
A imitação dos actos do profeta são a condição do muçulmano. Este deve seguir, durante toda a sua vida, os actos do profeta revelados na Sunna que contém os Hadith (os gestos e os actos do profeta). E na medida em que o próprio profeta degola os prisioneiros, queima edifícios e cidades, degola os incréus — esses actos do profeta são considerados “santos”.
3/ a escatologia muçulmana
A escatologia muçulmana existe, em parte, em função da escatologia cristã. O Islão tem a certeza do futuro, o que o assemelha à mente revolucionária: o Islão tem a certeza de que o mundo inteiro se vai tornar muçulmano antes do fim-dos-tempos, por um lado, e por outro lado que a Sharia (a lei islâmica que substitui o Estado de Direito) será instaurada em todo o mundo antes da segunda vinda de Jesus Cristo — o que confundirá os incréus cristãos.
A instauração da Sharia transformou-se em uma prioridade, a Jihad (a guerra santa) em um dever em função da escatologia islâmica e do fim da História. O mártir que se fez explodir para seguir o exemplo do profeta terá um paraíso erótico à sua espera — o desejo de matar e de se suicidar é motivado por uma pulsão sexual.
A única boa maneira de lidar com o Islão é confiná-lo aos países de origem. Não estamos perante acidentes da História ou de meras interpretações do Alcorão, mas antes estamos perante o fundamento do Islão.
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