quinta-feira, 23 de abril de 2015

A amálgama da Helena Matos

 


Hoje está na moda, em França, utilizar na política o substantivo “amálgama”: sempre que o governo socialista francês mistura coisas que não são misturáveis (e fá-lo muitas vezes), a oposição fala em “amálgama”.

É também o caso da Helena Matos: faz aqui uma amálgama quando compara, por exemplo, uma rectoscopia, por um lado, e uma “aspersão láctea mamilar” — “amálgama” porque a gravidez não é uma doença e a amamentação não é uma patologia.

Parece que a Helena Matos considera a gravidez uma doença e a amamentação uma patologia que deve ser verificada pelo Estado para justificar uma falta ao trabalho.

Para ela parece ser igual que um indivíduo vá fazer uma rectoscopia para verificação de um cancro na próstata que justifique um estado de incapacidade para o trabalho, ou que uma mãe faça esguichar as tetas em frente a um médico para provar que ela está a amamentar e que merece uma hora de folga por dia (ou coisa que o valha). Para ela parece ser tudo uma questão de doença.

Esta amálgama é confrangedora e está em contradição com as medidas de apoio à natalidade do governo de Passos Coelho: por um lado dizem que apoiam a natalidade, mas por outro  lado metem as mamas das mães de fora para provarem que estão a amamentar.

Decidam-se! Ou a amamentação é, por princípio, um direito que carrega em si mesmo um delito em potência (jus gentium), a vigiar pela ASAE ou por organizações afins do Estado; ou é por princípio uma virtude e um direito natural (jus naturale).

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